Safra de soja deve alcançar recordes de produção
Até a segunda quinzena de março, a colheita já havia atingido 76,4% da área total

As projeções para a safra 2024/25 de soja continuam otimistas, apesar do atraso inicial na colheita. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam um aumento de 13,3% na produção em comparação à safra anterior. Até a segunda quinzena de março, a colheita já havia atingido 76,4% da área total cultivada, um avanço de 10,1 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2024. O clima favorável em estados como Mato Grosso e Goiás contribuiu para a aceleração dos trabalhos no campo, garantindo um ritmo mais ágil do que o esperado.
Segundo boletim divulgado pelo Sistema TEMPOCAMPO, em Mato Grosso, a colheita já ultrapassou 99% da área plantada, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA). O bom desempenho foi impulsionado pelas condições climáticas adequadas durante a maior parte do ciclo da cultura. Apesar disso, algumas regiões registraram grãos avariados devido ao excesso de chuvas no final da safra, o que pode impactar a qualidade final da produção.
No Mato Grosso do Sul, a colheita atingiu 85% da área cultivada, mas apresenta um atraso de cinco pontos percentuais em relação ao ciclo anterior. Esse atraso se deve à estiagem prolongada no início do plantio, que encurtou o ciclo da safra passada. A expectativa, no entanto, é de um crescimento de 6,8% na produção, impulsionado pela regularização das chuvas entre fevereiro e março.
Em Goiás, a colheita chegou a 90% da área total, beneficiada pela redução das chuvas. Apesar do avanço nas operações, algumas lavouras sofreram perdas de produtividade devido ao veranico registrado em fevereiro, que comprometeu o enchimento de grãos. Já no Paraná, 81% da colheita foi concluída, com destaque para as lavouras do sul do estado, que se beneficiaram das chuvas de março.
O cenário se mostra mais desafiador no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. No território gaúcho, apenas 19% da área foi colhida, devido à irregularidade das chuvas e ao déficit hídrico. Já em Santa Catarina, onde a colheita alcançou 45% da área, a estiagem impactou as lavouras da região Oeste, reduzindo o potencial produtivo. A tendência para os próximos meses é de ajustes nas estimativas de produção desses estados.