Poder de compra de fertilizantes registra alta em dezembro
Produtores que realizam compras antecipadas tendem a obter preços mais favoráveis
O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) registrou uma ligeira alta em dezembro de 2024, fechando em 1,05, superando o valor registrado no mês anterior. Esse índice reflete a relação entre os preços dos fertilizantes e das commodities agrícolas e indica que o início de 2025 será marcado por um cenário de planejamento estratégico para os produtores rurais, especialmente durante a curta janela de plantio de milho segunda safra. Produtores que realizam compras antecipadas tendem a obter preços mais favoráveis, além de evitar congestionamentos logísticos nas entregas de insumos e garantir que os fertilizantes cheguem no momento ideal para a aplicação.
No período analisado, o preço médio dos fertilizantes apresentou um aumento de cerca de 2%, impulsionado principalmente pela alta de 4% no cloreto de potássio (KCl). Por outro lado, as commodities registraram uma queda média de 6%, com destaque para a soja, que foi impactada pela valorização do dólar, que subiu cerca de 5% em relação ao mês anterior. Essa desvalorização das commodities, no entanto, não afetou a demanda interna de milho, que segue firme, especialmente devido à procura das usinas de etanol, o que tem sustentado os preços da commodity no mercado doméstico.
O mercado permanece atento ao início da colheita da soja e ao clima, com a janela de plantio do milho de segunda safra se aproximando. Aproximadamente 20% dos fertilizantes ainda precisam ser negociados para esta safra. Para os próximos meses, a orientação é que os produtores busquem antecipar suas compras para garantir melhores condições de mercado.
O IPCF, divulgado mensalmente pela Mosaic, é um indicador que reflete a relação entre os preços de fertilizantes e as commodities agrícolas. Seu cálculo considera as principais lavouras brasileiras – soja, milho, açúcar, etanol e algodão – e é ponderado pelo câmbio. Quanto menor a relação, mais favorável é o índice e, consequentemente, a troca entre fertilizantes e commodities. A metodologia utiliza dados de preços de fertilizantes fornecidos pela CRU e de commodities apurados pela Agência Estado e CEPEA.
O índice é calculado levando em consideração os preços de fertilizantes como MAP, SSP, ureia e KCl, ponderados conforme o uso em diferentes culturas. As commodities incluem soja, milho, açúcar, etanol e algodão, com os preços ponderados pelo consumo de fertilizantes. O índice também leva em conta o câmbio, sendo que 70% do peso dos fertilizantes e 85% do peso das commodities é influenciado pela moeda estrangeira.
Dados referentes a dezembro de 2024.