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Método de plantio inova na cana-de-açúcar

Na região Sudeste, a desdobra geralmente ocorre entre fevereiro e abril



Na região Sudeste, a desdobra geralmente ocorre entre fevereiro e abril Na região Sudeste, a desdobra geralmente ocorre entre fevereiro e abril - Foto: Canva

De acordo com Sérgio Luiz de Almeida, engenheiro agrônomo da Universidade de São Paulo (USP), o método MEIOSI (Método Interrotacional Ocorrendo Simultaneamente) tem revolucionado o cultivo de cana-de-açúcar no Brasil. Essa técnica consiste em consorciar uma linha-mãe de cana com outros cultivos economicamente viáveis e, posteriormente, realizar o plantio dos toletes produzidos pela linha-mãe no espaço intercalar, em um processo conhecido como desdobra.  

A aplicação do MEIOSI traz impactos positivos, como redução de custos de transporte de toletes para renovação do canavial, maior aproveitamento do solo e renda extra para o produtor. O método também contribui para enriquecer o solo com nutrientes, especialmente quando associado a cultivos como soja ou amendoim. A taxa de multiplicação, um dos parâmetros mais importantes do sistema, pode variar de 2:8 até 1:12, dependendo da variedade de cana, das condições climáticas e do período de plantio.  

Na região Sudeste, a desdobra geralmente ocorre entre fevereiro e abril. Nesse período, destaca-se o uso da proteína harpin, que deve ser aplicada na linha-mãe de 3 a 10 dias antes da desdobra. Essa aplicação estimula o potencial produtivo dos toletes cortados e reduz a necessidade de tratamento em toda a área plantada, ampliando o retorno sobre o investimento. Outra vantagem da harpin é seu uso no plantio convencional das linhas-mãe ou no método de Mudas Pré-Brotadas (MPB), contribuindo para uma maior taxa de multiplicação e qualidade dos toletes.  

Exemplos práticos, como os apresentados em Cosmópolis (SP), ilustram o potencial do MEIOSI. Em uma área com taxa de multiplicação inicialmente prevista de 1:10, o desenvolvimento das mudas foi tão satisfatório que apenas 30% da linha-mãe foi necessária para o plantio, alcançando uma taxa real de 1:30. Casos como esse mostram como tecnologias simples podem aumentar a produtividade e diminuir os custos operacionais, incentivando os agricultores a explorar novos manejos.
 

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