Café: volatilidade e oferta restrita pressionam preços
A comercialização da safra 2024/25 está acima da média histórica
Os preços do café seguem voláteis devido a fatores macroeconômicos e preocupações com a oferta restrita, especialmente no Brasil, conforme análise de Laleska Moda, da Hedgepoint. Na segunda-feira (27), o contrato de arábica para março de 2025 voltou a se aproximar de 350 c/lb, refletindo essa instabilidade no mercado futuro. A incerteza econômica global e as condições de oferta continuam influenciando os movimentos de preços.
A comercialização da safra 2024/25 está acima da média histórica, o que limita a disponibilidade de grãos brasileiros até a próxima temporada. Além disso, os estoques globais seguem baixos, e a oferta restrita em outras regiões tem elevado os diferenciais pagos pelo café brasileiro. Esse cenário reforça a percepção de um mercado mais apertado, sustentando os preços em patamares elevados.
Tanto o arábica quanto o robusta enfrentam restrições na oferta, mas o arábica tem registrado ganhos mais expressivos, ampliando a arbitragem entre as variedades. Essa valorização pode estimular um aumento na demanda pelo robusta como alternativa mais acessível ao arábica nos próximos meses, à medida que compradores buscam otimizar custos.
“Os preços dos grãos brasileiros subiram no mercado internacional devido à maior demanda e oferta restrita. Diferenciais de preços do arábica e conilon estão acima da média de 5 anos. O conilon teve um aumento significativo na última semana, influenciado pela redução da oferta vietnamita. Entretanto, o spread entre arábica e conilon no Brasil atingiu níveis elevados desde o fim de 2024, refletindo a alta mais expressiva do arábica em função das preocupações com oferta limitada”, avalia Laleska.