Índice de Preços Agropecuários registra alta de 2,4%
Grãos e pecuária impulsionam preços

Segundo dados divulgados pelo Cepea, em fevereiro de 2025, o Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/CEPEA) registrou um aumento de 2,4% em termos nominais em comparação com o mês anterior. Esse crescimento reflete uma recuperação de vários setores do agronegócio, com destaque para a Pecuária, Grãos e Cana-Café, embora o setor de Hortifrúti tenha enfrentado uma queda .
O grupo IPPA-Hortifrutícolas foi o único a registrar um recuo, de 10,6%, em fevereiro. Já os demais grupos de alimentos apresentaram variações positivas, com o IPPA-Grãos subindo 0,6%, o IPPA-Pecuária avançando 4,6% e o IPPA-Cana-Café registrando uma alta de 5,8%. Estes aumentos são um reflexo da pressão inflacionária que afeta o setor agropecuário e indicam uma tendência de valorização nos preços dos produtos agrícolas no curto prazo.
Em uma comparação com o ano passado, o IPPA mostrou um aumento expressivo de 19,4% no primeiro bimestre de 2025, impulsionado principalmente pela alta nos preços da Cana-Café (36%), Pecuária (26,2%) e Grãos (10,5%). O aumento é ainda mais notável quando comparado aos preços de Hortifrúti, que recuaram 7,1%. O crescimento nas cotações internacionais dos alimentos também contribuiu para o aumento nos preços, embora o setor hortifrúti tenha sido o mais impactado pela queda nas exportações e pelo aumento da oferta local.
No cenário externo, as cotações dos alimentos convertidas para Reais caíram 5,6%, com uma queda de 4,3% no valor do dólar e uma redução de 5,6% nos preços internacionais. Contudo, comparando o bimestre com o mesmo período de 2024, as cotações dos produtos agropecuários internacionais registraram um avanço de 26,9%, impulsionado pelo aumento de 6,3% nas cotações dos alimentos e pela valorização de 19,3% do dólar, o que impactou diretamente o custo das importações.
A análise do Cepea também aponta que, embora os preços agropecuários tenham registrado uma valorização em fevereiro, o mercado continua sensível às flutuações do câmbio e das condições climáticas. O cenário sugere que os próximos meses podem ser desafiadores para produtores e consumidores, especialmente em um contexto de alta nos custos de produção e variabilidade nas cotações internacionais dos alimentos.