Exportações de soja podem bater recorde no trimestre
China concentra 79% das compras de soja do Brasil

A soja brasileira segue com preços internos próximos da estabilidade, apesar de uma leve baixa observada nos últimos dias, segundo análise divulgada pela Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), referente ao período de 28 de março a 3 de abril. De acordo com o relatório, o comportamento do mercado foi influenciado por prêmios mais baixos e pela cotação do dólar, que se manteve ao redor de R$ 5,70.
“A média de preços no Rio Grande do Sul fechou em R$ 127,38 por saca, com valores em balcão girando em torno de R$ 125,00”, informou a Ceema. Em outras regiões do país, os preços variaram entre R$ 105,00 e R$ 119,50 por saca nas principais praças de comercialização.
A demanda externa, sobretudo da China, impulsionou os embarques do grão. Dados da Agrinvest apontam que, até 25 de março, o Brasil já havia carregado 22,8 milhões de toneladas de soja para exportação, sendo 17,7 milhões destinadas ao mercado chinês. “Esses volumes refletem, em parte, compras antecipadas de 33 milhões de toneladas realizadas pela China até dezembro de 2023”, destaca o relatório.
Segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), a participação da China nas exportações brasileiras aumentou em 2024. “Nos dois primeiros meses do ano, o país asiático respondeu por 79% dos embarques, ante 75% no mesmo período de 2023.”
A colheita da atual safra também avançou. Conforme levantamento da Pátria AgroNegócios e da AgRural, 82% da área plantada já foi colhida, superando a média histórica de 79,3%. No Paraná, a colheita alcançou 95% da área, enquanto no Centro-Oeste está praticamente finalizada. No Rio Grande do Sul, os trabalhos atingiam 24% da área até 27 de março, ligeiramente acima da média dos últimos cinco anos, de 22%, conforme dados da Emater.