Nova regulamentação reforça combate à vassoura-de-bruxa da mandioca
A praga foi identificada pela Embrapa Amapá em 2024

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou no Diário Oficial da União desta quinta-feira (20) a Portaria nº 1.257, que estabelece o Programa Nacional de Prevenção e Controle da Vassoura-de-Bruxa da Mandioca (PVBM). A doença, causada pelo fungo Ceratobasidium theobromae (Rhizoctonia theobromae), está classificada como uma praga quarentenária presente no Brasil.
Atualmente, a vassoura-de-bruxa da mandioca ocorre em seis municípios da região norte do estado do Amapá. Em janeiro, o Mapa declarou estado de emergência fitossanitária devido ao risco de disseminação para outras áreas produtoras do país.
Com a nova regulamentação, o governo busca fortalecer a cadeia produtiva da mandioca e estabelecer critérios para prevenção e controle da doença. As medidas serão realizadas em parceria com órgãos estaduais e distritais de defesa sanitária vegetal, responsáveis pelo cumprimento do PVBM.
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Entre as diretrizes estabelecidas pela portaria, fica proibido o trânsito de plantas e partes de plantas hospedeiras da praga oriundas de regiões onde a doença já foi detectada. A medida tem o objetivo de reduzir o risco de dispersão do fungo para outras lavouras.
O Mapa esclarece que a vassoura-de-bruxa da mandioca não tem qualquer relação com a vassoura-de-bruxa do cacaueiro, causada por outro fungo. Além disso, ressalta que a doença não representa risco à saúde humana, mas pode ser altamente destrutiva para as lavouras.
A praga foi identificada pela Embrapa Amapá em 2024, em plantações localizadas em terras indígenas de Oiapoque. Os sintomas incluem ramos secos e deformados, nanismo e proliferação de brotos fracos e finos nos caules. Com a progressão da doença, podem ocorrer clorose, murcha e seca das folhas, morte apical e morte descendente das plantas.
O fungo pode ser disseminado por meio de material vegetal infectado, ferramentas de poda, movimentação de solo e água. O trânsito de plantas e produtos agrícolas entre diferentes regiões também pode facilitar a propagação do patógeno, aumentando o risco de contaminação em novas áreas.
Com a instituição do PVBM, o governo espera mitigar os impactos da praga na produção de mandioca e proteger a agricultura brasileira de possíveis prejuízos econômicos e sanitários.