CI

Política, clima e Chicago: o que esperar do mercado de soja

Última semana foi marcada por fortes movimentações no mercado



Foto: Pixabay

Segundo análise de mercado da Grão Direto, a última semana foi marcada por fortes movimentações no mercado de soja, com influência de fatores internos e externos. Nos Estados Unidos, a posse do presidente Donald Trump trouxe especulações sobre mudanças nas políticas comerciais, especialmente em relação à China. Além disso, o clima na América do Sul e a desvalorização do dólar frente ao real também moldaram o comportamento dos preços no Brasil.

Os contratos futuros de soja na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam em alta significativa, com o contrato de março/2025 subindo 1,93%, encerrando a US$ 10,55 por bushel. Contudo, a queda de 2,64% no dólar, que fechou cotado a R$ 5,91, pressionou negativamente os preços internos, reduzindo a competitividade da soja brasileira no mercado global.

O clima permanece como um fator de preocupação. No Brasil, chuvas intensas no Centro-Norte, especialmente em Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, atrasam a colheita e afetam a qualidade dos grãos. No Sul, a estiagem favorece a colheita, mas traz desafios para o plantio do milho safrinha. Na Argentina, as altas temperaturas e a falta de umidade levaram à revisão da estimativa de produção para 49,6 milhões de toneladas, sinalizando dificuldades que podem impactar ainda mais o mercado global.

Perspectivas para o mercado

A semana promete ser marcada pela volatilidade. As chuvas no Brasil devem continuar impactando o ritmo da colheita e a qualidade da produção, enquanto a estiagem no Sul segue preocupando produtores. Nos Estados Unidos, a postura do presidente Donald Trump em relação às tarifas comerciais pode influenciar as cotações em Chicago, gerando pressão sobre os preços no Brasil.

No mercado interno, o dólar desvalorizado pode continuar pressionando os preços, enquanto os prêmios para o grão disponível seguem em tendência de baixa. Em Chicago, o contrato de março/2025 encontra suporte em US$ 10,50 por bushel, com possibilidade de alcançar US$ 10,95 caso o nível seja mantido. Por outro lado, a perda deste suporte pode trazer uma nova onda de pressão vendedora, levando as cotações para US$ 10,23 ou até mesmo para US$ 10,00 por bushel.

Diante deste cenário, o mercado brasileiro deve permanecer atento às condições climáticas e aos desdobramentos das políticas comerciais norte-americanas, que podem definir o rumo das cotações e da competitividade da soja nacional nos próximos dias.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.