Após estiagem, safra de feijão mostra sinais de recuperação
Preços recuam 6,9% na última semana
No Rio Grande do Sul, a primeira safra de feijão avança em diferentes estágios de desenvolvimento, impulsionada pela recuperação da umidade do solo após a estiagem registrada em novembro. Dados do último Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar, apontam que as lavouras cultivadas no início do calendário agrícola já estão, em grande parte, em fase reprodutiva e início da colheita.
Na região dos Campos de Cima da Serra, onde o plantio é mais tardio, a semeadura segue em andamento, com algumas áreas ainda em fase inicial de desenvolvimento. Já em outras regiões do estado, os danos causados pela falta de chuvas foram parcialmente revertidos com a regularização das precipitações em dezembro, favorecendo o enchimento das vagens e o aumento do peso dos grãos.
A safra 2024/2025 deve ocupar 28.896 hectares no estado, com produtividade média estimada em 1.864 kg/ha. No entanto, a Emater destaca a variação nos rendimentos devido ao impacto do estresse hídrico e ao nível tecnológico adotado, como o uso de irrigação.
Nas diferentes regiões administrativas, o avanço das lavouras reflete o impacto do clima e as estratégias de manejo:
Caxias do Sul: A semeadura segue até janeiro, com lavouras em fase inicial de emergência e boas condições de temperatura e umidade.
Ijuí: Cerca de 55% das lavouras estão em maturação e 10% já foram colhidas, com boa formação de grãos e rendimento elevado.
Pelotas: As lavouras apresentam 48% em desenvolvimento vegetativo, 33% em floração e 19% em enchimento de grãos.
Santa Maria: O avanço é distribuído entre 30% em floração, 30% em enchimento de grãos, 20% em maturação e 20% colhidos, beneficiados por condições climáticas favoráveis.
Soledade: A safra está dividida com 10% em floração, 40% em enchimento de grãos, 40% em maturação e 10% colhidos. A produtividade varia de 900 a 1.980 kg/ha, dependendo do manejo e do impacto hídrico.
Apesar do avanço na produção, o preço médio da saca de 60 kg registrou queda de 6,90% na última semana, recuando de R$ 290,00 para R$ 270,00, segundo levantamento da Emater/RS-Ascar.
A redução reflete o avanço da colheita e a maior oferta no mercado, mas produtores seguem atentos ao monitoramento de doenças, como antracnose, e ao controle de pragas, como tripes e ácaros, especialmente em lavouras mais tardias.
Com a expectativa de continuidade nas condições climáticas favoráveis, a Emater/RS-Ascar projeta que a recuperação parcial das perdas iniciais garantirá uma safra com bom volume e qualidade. No entanto, a desuniformidade nos rendimentos entre as regiões reforça a importância do investimento em tecnologias e manejo adequado para enfrentar os desafios climáticos e otimizar a produção.