Brasil aposta em mina de potássio para reduzir dependência externa
Expectativa é que, inicialmente, 20% da demanda nacional seja atendida
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Atualmente dependente da importação de Potássio, o Brasil pode reduzir essa vulnerabilidade nos próximos anos. O avanço se deve à estruturação da maior mina do mineral no país, localizada em Autazes (AM), a 113 quilômetros de Manaus. Com previsão de início das operações em 2028, a expectativa é que, inicialmente, 20% da demanda nacional seja atendida, alcançando 40% ao final da segunda fase do projeto, em 2032.
A iniciativa visa diminuir a dependência brasileira de fornecedores externos. Atualmente, mais de 96% do potássio utilizado na agricultura do país vem de nações como Canadá, Rússia e Bielorússia. Considerado um dos três principais macronutrientes agrícolas, ao lado do nitrogênio e fósforo, o potássio é fundamental para a fertilização e nutrição das plantas, auxiliando no crescimento, floração, frutificação e resistência contra pragas e doenças.
O projeto, desenvolvido desde 2008, recebeu as licenças necessárias do Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam) no ano passado. Com um investimento previsto de US$ 2,5 bilhões, a mina subterrânea contará com poços de até 800 metros de profundidade e utilizará apenas água e calor para concentrar o potássio com até 95% de pureza.
Para Valter Casarin, coordenador geral e científico da Nutrientes Para a Vida (NPV), essa estruturação representa um grande avanço para a segurança alimentar e sustentabilidade da agricultura brasileira. "O potássio é essencial para a produtividade e qualidade dos alimentos. A redução da dependência externa fortalece o setor agropecuário e garante colheitas mais abundantes", destaca Casarin.
O Brasil, um dos maiores exportadores de alimentos do mundo, precisa garantir fontes seguras de fertilizantes para manter sua competitividade global. Com a nova mina, o país pode se tornar mais autossuficiente e menos suscetível às oscilações do mercado internacional de insumos agrícolas.