Negado pedido de gigante para impedir reintegração de posse
O valor da dívida envolvida é estimado em R$ 144,5 milhões

A juíza Giovana Pasqual de Mello, da Quarta Vara Cível de Sinop, rejeitou o pedido do Grupo Safras para impedir a reintegração de posse de uma fábrica localizada no Distrito Industrial de Cuiabá. O terreno, pertencente à massa falida da Olvepar, foi arrendado por empresas do grupo, incluindo a Safras Indústria e Comércio de Biocombustíveis Ltda., que tem como um dos sócios o ex-prefeito de Sorriso, Dilceu Rossato. A decisão destacou que não existe débito pendente, tornando a manobra do grupo inaplicável.
O Grupo Safras argumentou que a reintegração de posse causaria danos irreparáveis às suas operações, afetando diretamente os trabalhadores e credores. A empresa afirmou que a unidade industrial está sendo operada há mais de quatro anos, por meio de um contrato de subarrendamento com a Allos Participações e Investimentos S.A., com validade até 2031. Além disso, alegou que a suspensão da execução de dívidas no valor de R$ 144 milhões poderia evitar o colapso de suas atividades.
Contudo, a juíza considerou que não havia fundamentos legais para conceder a liminar. Ela esclareceu que a medida cautelar não seria apropriada, uma vez que não havia indícios de conflito com os credores que justificassem uma negociação preventiva. A magistrada ainda observou que as únicas empresas envolvidas no processo não são credoras do Grupo Safras, e que o pedido de liminar não trata de uma mediação com os credores, mas sim de uma disputa possessória.
Embora tenha negado o pedido, a juíza concedeu ao Grupo Safras um prazo de 15 dias para que formalize o pedido de recuperação judicial. O valor da dívida envolvida é estimado em R$ 144,5 milhões, mas acredita-se que o montante real ultrapasse os R$ 2 bilhões. A reintegração de posse está temporariamente suspensa por uma liminar concedida pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso, enquanto o grupo recorre da decisão. A situação segue em aberto, e o desfecho dependerá dos próximos passos do Grupo Safras e das decisões judiciais subsequentes.