Recuperação nos preços da soja, milho e trigo
O milho também reage após quedas

Os mercados agrícolas iniciam o dia em alta, com a soja, o milho e o trigo recuperando parte das perdas recentes. Em Chicago, a soja para maio subia para US$ 1009,00 por bushel (+8,50), impulsionada pela revisão da safra argentina pela Bolsa de Rosário, reduzida de 47,50 para 46,50 milhões de toneladas. O corte fortalece também o farelo de soja, mas a pressão da colheita brasileira e a incerteza da guerra comercial entre EUA e China ainda preocupam. No Brasil, o indicador Cepea caiu 1,60% no dia, cotado a R$ 132,37 por saca.
“Essa recuperação estará ameaçada pelo resto do dia pela pressão contínua exercida pela entrada da safra brasileira no mercado e pela incerteza gerada pela guerra comercial 2.0 desencadeada pelo governo Trump”, comenta.
O milho também reage após quedas, com contratos de maio em Chicago a US$ 464,50 (+3,75). A revisão para baixo da safra argentina, agora estimada em 44,5 milhões de toneladas, contra 50 milhões previstas pelo USDA, impulsionou os preços. O déficit hídrico nos EUA antes do plantio adiciona suporte. No mercado brasileiro, o milho na B3 subiu 1,41%, para R$ 88,69, enquanto o Cepea registra alta diária de 0,35%, a R$ 89,39.
“No entanto, persiste a incerteza no mercado sobre as implicações da escalada tarifária, que, a partir de 2 de abril, poderá se tornar global com a entrada em vigor, entre outras coisas, das tarifas recíprocas impostas pela Casa Branca”, completa.
No trigo, os preços avançam para US$ 558,75 (+4,75) em Chicago, apoiados pela leve desvalorização do dólar, que favorece exportações americanas, além da estiagem nas Grandes Planícies dos EUA. A consultoria IKAR reduziu sua estimativa de exportação russa para 41 milhões de toneladas, abaixo das 45 milhões projetadas pelo USDA. No Brasil, os preços seguem mistos: Cepea PR a R$ 1.508,10 (-0,37%) e Cepea RS a R$ 1.356,94 (-0,22%).
“Os preços do trigo estão em alta nos mercados norte-americanos e, entre os fatores que favorecem a melhora, em um contexto de incertezas devido à escalada tarifária, estão a fraqueza do dólar frente ao euro – levemente atenuada entre ontem e esta manhã”, conclui.