Abiquim defende tarifas contra importações desleais
A Associação acredita e trabalha na superação dos desafios estruturais
A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) manifestou-se sobre notícias que apontam movimentações no Senado contra medidas de defesa comercial adotadas pela Câmara de Comércio Exterior (Camex). A entidade esclarece que essas ações, implementadas em setembro de 2024, abrangem 30 classes de produtos químicos e beneficiam 20 indústrias de diferentes segmentos. Além disso, outros setores como aço, vidro, pneus e papel também foram atendidos pela iniciativa governamental, com base em critérios técnicos e transparentes definidos pelo Mercosul.
A Abiquim enfatiza que o aumento temporário das tarifas visa combater importações predatórias, protegendo empregos e garantindo a produção nacional. Dados apresentados pela associação mostram que, entre 2000 e 2024, a participação de químicos importados no mercado brasileiro chegou a 49%, com uma taxa de ociosidade histórica de 36% na indústria nacional. Esses fatores resultaram na interrupção de produções estratégicas, como a do HPMC, na Bahia, e do Bisfenol-A, em São Paulo.
A decisão da Camex seguiu um processo disciplinado e transparente, respeitando o contraditório e a ampla defesa. A Abiquim destaca que as medidas não se limitam ao setor químico, mas visam corrigir desequilíbrios comerciais que afetam toda a indústria brasileira.
“Assim sendo, a Abiquim reafirma que a medida que defende o setor químico como um todo está dentro de um mesmo e correto processo técnico de defesa de setores da indústria brasileira atacados por importações desleais e predatórias. A Associação acredita e trabalha na superação dos desafios estruturais da competitividade industrial brasileira. Mas, para isso, é indispensável um ambiente de negócios seguro e leal, alicerçado em políticas industriais de estímulo produtivo e de políticas de comércio exterior com foco na preservação de cadeias de valor nacionais estratégicas”, escreveu.