Colheita de soja enfrenta perdas no RS

Na segunda semana de maio, as condições climáticas continuaram desfavoráveis para as atividades agrícolas, especialmente a colheita, segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, ligada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR). As perdas nas lavouras de soja aumentam diariamente com o adiamento da colheita, causando abertura de vagens, germinação de grãos ou comprometimento pela proliferação de fungos.

Apesar das precipitações menos recorrentes, permitindo pequenas janelas para a colheita em grande parte do Estado, os altos teores de umidade no solo e nas plantas afetaram drasticamente a qualidade dos grãos em comparação ao produto colhido antes das chuvas excessivas. Estima-se que 85% da área total já foi colhida. No entanto, o avanço da colheita será limitado nos próximos dias, pois muitas lavouras dos 15% restantes provavelmente serão abandonadas devido à inviabilidade econômica, onde os custos da colheita não compensam os gastos com operação, frete e descontos aplicados pelas cerealistas.

Desde o final de abril, o excesso de chuvas afetou os 24% das lavouras que ainda precisavam ser colhidas no Estado. As perdas variam entre 20% e 100%, sendo mais severas nas regiões Centro, Sul e Oeste, onde grandes extensões de lavouras ainda não foram colhidas. Em resposta a essas perdas significativas, muitos produtores estão acionando o seguro agrícola. Aqueles sem cobertura buscam renegociar dívidas com cerealistas e financiadores, adiando os pagamentos para futuros períodos.

A estimativa inicial de produtividade era de 3.329 kg/ha, mas deverá variar negativamente conforme os resultados das lavouras ainda a serem colhidas ou perdidas.