Relação de troca pode antecipar compras de defensivos
Nos últimos anos, o preço do glifosato passou por variações significativas

Segundo Jeferson Souza, analista da Agrinvest Commodities, a atratividade da atual relação de troca entre defensivos agrícolas e commodities pode levar produtores de Mato Grosso a anteciparem, já agora, a compra de insumos para a safra 2026/27, que terá início em setembro de 2026. A análise foi feita após uma semana de visitas a clientes e parceiros no estado, onde o tema da antecipação de compras, especialmente de glifosato, surgiu com frequência entre os produtores.
Nos últimos anos, o preço do glifosato passou por variações significativas. Na safra 2021/22, o herbicida WG 720 ultrapassou os R$ 100/kg, o que prejudicou a capacidade de compra dos produtores. A relação de troca chegou a cair para menos de 1:1, ou seja, uma saca de milho não era suficiente para adquirir 1 kg do produto. Hoje, o cenário é mais promissor: uma saca do grão consegue adquirir mais de 2 kg de glifosato, retomando níveis comparáveis às melhores janelas da última década.
Essa melhora na relação de troca não se limita ao milho. A soja também apresenta bons indicadores, o que reforça o interesse do produtor em garantir os insumos antes de uma eventual nova alta nos preços. A antecipação, longe de ser precipitação, é vista como uma estratégia racional diante do cenário atual.
“Hoje, voltamos a um cenário muito mais favorável. A relação ultrapassa 1:2, ou seja, uma saca de milho compra mais de 2 kg de glifosato WG — patamar que se aproxima das melhores condições históricas. Diante disso, pensar em antecipação não é nenhum absurdo — é racional. E o momento também é positivo para a soja, com boas relações de troca sendo observadas”, conclui.