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Congresso investigará ONGs na Moratória da Soja

Debate contou com a presença do presidente da Aprosoja Mato Grosso


Foto: Aprosoja

A Câmara dos Deputados e o Senado Federal analisarão nos próximos dias um pedido para abertura de uma CPI Mista que pretende investigar a atuação das ONGs na implementação da Moratória da soja no Brasil. As informações são da Aprosoja, segundo a qual o anúncio foi feito pela deputada federal Coronel Fernanda (PL/MT) durante uma audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados em Brasília, na sexta-feira (12/7). Na abertura da reunião, a Coronel Fernanda criticou a ausência de representantes das ONGs, do Banco do Brasil e dos ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Meio Ambiente, Marina Silva, no debate.

"Não tivemos ao menos resposta da ministra Marina ao nosso pedido. O produtor está sozinho. Vamos entrar com pedido de uma CPI para investigar as ONGs que não tiveram coragem de vir de forma voluntária para explicar a atuação delas na Moratória. O Banco do Brasil também tem de explicar. A gente não pode mais deixar as coisas do jeito que está", declarou a deputada.

O debate contou com a presença do presidente da Aprosoja Mato Grosso e vice-presidente da Aprosoja Brasil, Lucas Costa Beber, do presidente da Aprosoja Pará, Vanderlei Ataídes, e do presidente da Comissão de Fibras, Cereais e Oleaginosas da CNA e vice-presidente da Aprosoja Mato Grosso do Sul, André Dobashi. Também participaram a senadora Rosana Martinelli (PL/MT), o senador Jaime Bagatolli (PL/RO) e produtores rurais de vários estados afetados pela Moratória, como Mato Grosso, Rondônia e Pará.

Lucas Costa Beber afirmou que a Moratória é a principal pauta dos produtores e destacou os problemas sociais e econômicos que a iniciativa causa em municípios focados na agropecuária. "Os municípios que exploraram antes de 2008 tiveram grande desenvolvimento. Mas os municípios que começaram sua expansão depois enfrentam muitas limitações para o seu crescimento. No bioma amazônico vivem 28 milhões de brasileiros e não há nenhum plano de desenvolvimento para a Amazônia. ONGs entendem que precisamos colocar uma cerca ao redor da Amazônia e deixar aquelas populações largadas", destacou.

Segundo Beber, é preciso defender a soberania nacional e as leis brasileiras, que são violadas por interesses estrangeiros. "Estamos sendo perseguidos politicamente principalmente quando tocamos nas feridas que atacam os produtores tecnicamente. Tentam calar as vozes dos que representam os produtores. Somos o único produtor do mundo que preserva áreas agricultáveis e mecanizáveis. Essas ONGs, esses países, tentam travar o desenvolvimento do Brasil", afirmou.

O presidente da Aprosoja Pará, Vanderlei Ataídes, também se manifestou contra a Moratória. "Somos um estado rico e pobre ao mesmo tempo por causa deste impedimento. Somos contra esse modelo que está implantado", declarou.

Durante o encontro, o presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar, apresentou propostas das indústrias para a Moratória da Soja, prevendo que o embargo atinja apenas as áreas desmatadas desde 2008, evitando prejuízos maiores aos produtores.

Ao final do encontro, a deputada Coronel Fernanda propôs a votação para a abertura de uma CPI Mista da Moratória e a realização de mesas de discussão nos estados, organizadas pela Aprosoja, com a participação de produtores para buscar soluções para o fim da Moratória.

 

 

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