Como o dólar a R$5,52 beneficia importadores e exportadores
Mercado de câmbio brasileiro apresentou sinais de recuperação
O mercado de câmbio brasileiro apresentou sinais de recuperação, com o dólar atingindo R$5,52 nesta semana, após um período de alta volatilidade. Segundo Thiago Pettinato, superintendente de câmbio e trade finance da Multiplica Crédito & Investimentos, o tom mais conciliador do ex-presidente norte-americano Donald Trump em relação à China contribuiu para o movimento. "Essa postura mais pragmática nas relações comerciais, especialmente no tema das tarifas, foi bem recebida pelo mercado, criando um ambiente mais favorável para o Brasil", avaliou Pettinato.
Em 2024, o dólar enfrentou picos de instabilidade, chegando a ser negociado a R$6,25, o que exigiu intervenções significativas do Banco Central. "Leilões de até R$8 bilhões em um único dia foram realizados para evitar uma depreciação ainda maior do real. Isso reforça como a volatilidade do câmbio demanda atenção constante e respostas rápidas", afirmou o especialista.
Pettinato também destaca os impactos do câmbio na economia real. "Um dólar mais baixo beneficia importadores, mas um dólar mais forte favorece os exportadores, principalmente em setores como o de commodities agrícolas. O ideal seria alcançar um ponto de equilíbrio, em torno de R$5,40 a R$5,60, que seja vantajoso para ambas as partes", explicou.
No entanto, ele alerta que a estabilidade cambial depende também de reformas internas no Brasil. "É crucial que o governo avance em medidas fiscais e tributárias para restaurar a confiança dos investidores e garantir um ambiente econômico previsível."
Embora o dólar esteja atualmente em um patamar mais favorável, Pettinato ressalta que o cenário pode mudar rapidamente, especialmente diante de incertezas globais e internas. "A recuperação da economia brasileira está atrelada a essa estabilidade, mas o país precisa continuar vigilante e agir quando necessário para evitar retrocessos", concluiu.