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Soja brasileira dispara com guerra tarifária e recorde de compras da China

Disputa comercial tem favorecido as exportações brasileiras



Foto: Divulgação

A soja brasileira encerrou a semana com forte valorização, impulsionada por fatores internacionais e pela crescente demanda chinesa. A intensificação da guerra tarifária redirecionou o comércio global para o Brasil, tornando o grão nacional ainda mais competitivo no mercado externo e resultando em uma valorização superior a 6%.

De acordo com a análise de mercado da Grão Direto, a disputa comercial entre China e Estados Unidos tem favorecido as exportações brasileiras. Somente nesta semana, 52 navios foram contratados pela China para carregar soja, estabelecendo um novo recorde histórico — quase todos com origem no Brasil. Além disso, no mercado futuro de Chicago, os contratos de soja para maio de 2025 encerraram a US$ 10,44 por bushel, uma alta expressiva de 6,86%. O contrato para março de 2026 também teve avanço, atingindo US$ 10,39 por bushel (+3,38%).

No cenário interno, o dólar subiu 0,51%, chegando a R$ 5,87, enquanto a soja seguiu a tendência internacional de alta, com valorização em diversas regiões do país. A análise da Grão Direto também destaca que muitos produtores estão aproveitando o momento para vender e fazer caixa, pressionados por juros elevados, crédito restrito e compromissos financeiros próximos.

A maior esmagadora de soja da Argentina interrompeu suas atividades em meio a rumores de endividamento, enquanto o clima chuvoso atrasa a colheita no país vizinho. Já nos EUA, a possível formação do fenômeno La Niña — que traz uma primavera mais fria e úmida — pode atrasar o início do plantio da nova safra, aumentando a volatilidade nos contratos futuros e reforçando a pressão altista no mercado global da oleaginosa.

Apesar do otimismo, há preocupação com a logística brasileira. Os portos nacionais já operam com 91,30% de sua capacidade, superando o limite seguro de 85%. Com o novo volume recorde de navios destinados à China, há risco de gargalos no escoamento. Em contrapartida, a queda no preço do petróleo pode aliviar os custos do transporte rodoviário, beneficiando o produtor.

A perspectiva para os próximos dias é de estabilidade, com possíveis correções técnicas nos preços após a forte alta. Ainda assim, o cenário segue atrativo para quem busca boas oportunidades de comercialização da soja brasileira.

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