Mercado do milho: alta ou baixa à vista?
Por outro lado, diversos fatores de baixa pressionam o mercado

A TF Agroeconômica destaca que as cotações do milho em Chicago estão em queda, podendo recuar ainda mais caso as tarifas de Trump sejam mantidas. Isso poderia favorecer as exportações brasileiras e fortalecer os preços internos. No entanto, o aumento da produção e dos estoques anunciado pela Conab exerce uma leve pressão negativa sobre o mercado. A recomendação atual é acompanhar a curva do Cepea nesta semana para identificar um possível ponto de reversão nas cotações, tanto na B3 quanto no mercado físico.
Entre os fatores de alta, destaca-se a redução dos estoques mundiais de milho. O USDA revisou para baixo sua estimativa, de 290,31 para 288,94 milhões de toneladas, reforçando a queda em relação à safra anterior. No Brasil, a demanda aquecida pelo cereal, impulsionada pelos bons preços das carnes e do etanol, tem sustentado preços elevados, com projeção de alta de 23,78% em 2025, descolando-se da estabilidade observada em Chicago.
Por outro lado, diversos fatores de baixa pressionam o mercado. O USDA não reduziu os estoques finais dos EUA, frustrando expectativas de cortes. Além disso, a China revisou para baixo sua previsão de importação de milho, de 10 para 8 milhões de toneladas, um volume 65,83% menor do que em 2023/24. A imposição de tarifas de 15% da China sobre o milho americano e a retaliação europeia contra os EUA com taxas de 25% sobre o cereal devem impactar a dinâmica global.
A produção brasileira também pesa na formação dos preços. A Conab revisou sua estimativa para a safra de milho do Brasil, de 122,02 para 122,76 milhões de toneladas, aumentando os estoques finais e trazendo maior segurança para compradores. Além disso, os estoques de etanol dos EUA seguem elevados, limitando a demanda por milho no país. Esses elementos reforçam a necessidade de monitoramento constante do mercado para decisões estratégicas de venda.