Exportações em alta e câmbio oscilante: o que esperar da soja?
Desvalorização do câmbio afetou diretamente os preços internos da soja

Segundo análise de mercado da Grão Direto, a semana foi marcada por forte volatilidade na soja, influenciada pelo clima no Brasil, oscilações cambiais e cenário externo. No Sul do país, especialmente no Rio Grande do Sul, as chuvas irregulares atrasaram a colheita, enquanto no Centro-Oeste, as condições climáticas favoreceram os trabalhos no campo.
A desvalorização do câmbio, que atingiu sua mínima em cinco meses, afetou diretamente os preços internos da soja. No mercado internacional, as exportações norte-americanas registraram uma queda de 53% em relação à semana anterior, conforme dados do USDA. Em Chicago, o contrato para maio de 2025 encerrou a U$10,10/bushel (-0,69%), enquanto o contrato para março de 2026 caiu 1,25%, atingindo U$10,23/bushel.
Para os próximos dias, o mercado seguirá atento às exportações brasileiras, que seguem em ritmo aquecido, apesar de estarem 26% abaixo do acumulado de janeiro e fevereiro de 2024. A China continua como principal destino da oleaginosa brasileira. Além disso, as atenções começam a se voltar para a safra 2025/26 dos EUA. O USDA indicou um aumento na área de milho em relação à soja, e novos números serão divulgados no final do mês, podendo impactar os preços.
Outro fator de monitoramento será o câmbio, que reagiu às decisões de juros no Brasil e nos EUA, além das incertezas globais sobre a economia norte-americana. Esse cenário pode manter a volatilidade no mercado e abrir oportunidades de vendas para o produtor brasileiro.