Crédito para custeio e investimentos cai no agro
A agricultura empresarial foi a mais impactada
O Sistema FAESP/SENAR-SP divulgou a nova edição do Relatório de Acompanhamento do Crédito Rural, que analisa as operações realizadas entre julho e dezembro de 2024. De acordo com Claudio Brisolara, Gerente Técnico e Econômico da entidade, houve uma desaceleração significativa nas contratações de crédito rural no período, refletindo desafios como juros elevados e menor apetite por investimentos no setor. No total, foram desembolsados R$ 207,6 bilhões, o que representa 43,6% do valor programado para o Plano Safra 2024/25, mas com uma redução de 20,5% em relação ao ciclo anterior.
A agricultura empresarial foi a mais impactada, registrando queda de 31,5% no valor desembolsado e 31,6% no número de contratos. O Pronaf manteve-se estável em valores, mas teve uma retração de 9,9% nas operações. Já o Pronamp cresceu 15,3% em volume de crédito e 18,3% em número de contratos, demonstrando maior adesão de médios produtores. O crédito para custeio agrícola, que representou 60% do total, sofreu uma redução de 14,1%, enquanto os financiamentos para investimentos caíram 17,8%.
No estado de São Paulo, a retração do crédito foi ainda mais acentuada. O estado captou R$ 19,2 bilhões, representando 9,2% do total nacional, mas teve uma queda de 23,1% nos desembolsos, superior à média nacional. A agricultura empresarial paulista foi a mais afetada, com redução de 29,8% no valor contratado e 30,7% no número de contratos. Por outro lado, o Pronamp cresceu 16,4% em volume e 26,3% em operações, sugerindo uma possível migração de produtores que antes acessavam o Pronaf.
“A queda na concessão de crédito reforça a necessidade de monitoramento do fluxo de financiamento para a agropecuária e expansão das fontes de recursos. O atraso no início do plano safra, a maior seletividade dos bancos e as incertezas macroeconômicas impõem desafios ao acesso ao crédito, com impactos diretos sobre a produção e os investimentos no setor”, conclui.