Mancha das glumelas
(Curvularia lunata) Culturas Afetadas: Arroz
Teleomorfo: Cochliobolus lunatus
Sinônimo: Acrothecium lunatum
No Brasil, existe apenas registro no estado de São Paulo. Curvularia lunata é considerado um patógeno fraco em algumas culturas, mas em outras culturas, causa danos severos. Tem um amplo círculo de hospedeiros e, além do gladíolo, ataca espécies nas famílias Alliaceae, Anacardiaceae, Arecaceae, Bromeliaceae, Convolvulaceae, Cucurbitaceae, Leguminosae, Malvaceae, Poaceae, entre outras.
Para a cultura do gladíolo, esta doença tem importância devido ao ataque principal que ocorre nos bulbos, provocando a morte da planta. Também causa manchas nas flores, depreciando seu valor comercial. Existem registros da doença em Cuba, Brasil e Estados Unidos, porém, devido à ampla distribuição mundial de Curvularia lunata e do Gladiolus spp., acredita-se que exista em muitas outras regiões do mundo.
No arroz, ataca as glumelas, provocando o seu pobre desenvolvimento e o aborto dos grãos. Além do arroz, C. lunata tem sido registrado parasitando Sorghum bicolor, cana-de-açúcar e muitas outras espécies de gramíneas.
Danos: Os sintomas característicos da doença são o apodrecimento dos bulbos e as manchas nas hastes e flores. Sofrem de amarelecimento e murcha como conseqüência da necrose dos bulbos, mas também ocorrem manchas ovais, marrom-escuras. Apresentam lesões similares às produzidas nas folhas, quando a infecção é intensa, as flores não conseguem se abrir. Apresentam manchas ovais, marrom-escuras. O patógeno provoca lesões marrom-escuras a negras, deprimidas, que chegam a invadir todo o bulbo, ocasionando o colapso e morte de toda a planta.
Na cultura do arroz, o sintoma típico da doença são as manchas das glumelas. O fungo pode provocar a descoloração e/ou a murcha total ou parcial da espiga, incluindo o pescoço, ramos, internós, nós e espiguilhas secundárias.
Controle: Não há relatos de variedades com algum tipo de resistência ao fungo. A melhor forma de controle da doença é a realização de limpeza dos bulbos, mantendo-os livres do patógeno e adequadamente tratados. As plantações não podem ser muito adensadas, e os sulcos devem ser orientados no sentido da circulação dos ventos.
Após a colheita, os restos de cultura devem ser retirados do campo e queimados ou enterrados. Em campos com persistência da doença, deve-se realizar rotações de cultura com uma espécie não-hospedeira durante no mínimo um ano. Realizar irrigação por gotejamento ou infiltração, e evitar a irrigação por aspersão. Deve-se evitar, também, excessiva adubação nitrogenada. Realizar vistorias periódicas no campo e nas estufas e eliminar as plantas com sintomas assim que sejam detectados. Manter as estufas livres de restos de cultura e bem ventiladas.
Aplicar fungicidas protetores junto com as medidas culturais adotadas.