
Estria bacteriana
Estria bacteriana (Xanthomonas translucens pv. undulosa) Culturas Afetadas:
A estria bacteriana, causada por Xanthomonas translucens pv. undulosa, é uma doença com ampla distribuição geográfica, sendo relatada em praticamente todos os países produtores de trigo. No Brasil, tem maior ocorrência e epidemias mais frequentes nas regiões tritícolas mais quentes, como o norte do Paraná, sudeste de São Paulo e Minas Gerais. Porém, em safras com temperaturas médias mais elevadas, também pode ser observada em lavouras de trigo na região sul do Brasil, como o sudoeste do Paraná, e distribuída em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Ainda hoje existe pouca informação sobre a quantificação de danos causados por essa bacteriose. Já foram relatados danos de 40% no rendimento de grãos nos Estados Unidos, embora, geralmente, danos ao redor de 10% sejam mais comuns.
Danos
A doença pode ocorrer em todos os estádios de desenvolvimento, atacando toda a parte aérea da planta. Porém, os sintomas mais comuns são observados nas folhas, iniciando com manchas pequenas com estrias claras ou encharcadas, que adquirem posteriormente uma cor amarelo dourado, que se inicia do vértice para a ponta das folhas. Estas manchas irão formar estrias longitudinais entre as nervuras, que ficam translúcidas quando olhadas contra a luz. Os sintomas progridem para a necrose do tecido, com cores que oscilam entre marrom-claro, marrom avermelhado ou preto, e a posterior morte das folhas.
Outro sintoma é a presença de exsudato bacteriano, que possui um aspecto leitoso e ocorre com a presença de orvalho. Quando seco, este exsudato surge como grânulos duros, semelhantes a pequenos flocos.
Quando a severidade da doença é acentuada nas folhas, podem surgir sintomas também nas espigas, através de estrias escuras nas glumas, que se fundem deixando as glumas escuras, deixando a espiga preta. Este sintoma pode ser confundido com sintomas de problemas causados por outros patógenos.
Controle
Algumas práticas devem ser realizadas para evitar a presença da estria bacteriana no trigo, tais como o cultivo em áreas livres de restos culturais de trigo ou outras gramíneas suscetíveis, uso de sementes sadias obtidas após inspeções rígidas nos campos de produção, evitar excesso de molhamento em áreas irrigadas, evitar injúrias na planta ao aplicar defensivos e usar cultivares com resistência à doença, quando disponíveis. Além disso, sementes que ficam armazenadas (de forma adequada) por mais de 6 meses reduzem de forma significativa a viabilidade das bactérias da doença.