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Você comeria larva de mosca?

Pesquisadores estão usando como matéria-prima



Foto: Divulgação

Pesquisadores do Departamento de Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (USP) produziram alimentos utilizando farinha feita a partir de larvas de mosca. Essa pesquisa tem como objetivo encontrar fontes alternativas de proteína sustentável para combater a fome. Os estudos envolvem o uso de larvas da mosca-soldado-negra em produtos como pães e salsichas, explorando métodos sustentáveis para a extração de óleo da farinha das larvas e sua inclusão na alimentação. A mosca-soldado-negra já é usada como fonte de proteína na produção de ração para animais.

Pesquisas nos laboratórios da FZEA fazem parte de um projeto da Fapesp coordenado por Alessandra Oliveira, com Trindade como pesquisador associado. Um estudo no Laboratório de Tecnologia de Alta Pressão e Produtos Naturais desenvolveu um método inovador para extrair óleo da farinha de larvas da mosca-soldado-negra, reduzindo seu teor calórico. Essa farinha, com baixas calorias, é uma opção promissora para a produção de pães e salsichas.

Na extração do óleo da larva da mosca-soldado-negra com dióxido de carbono, o uso de baixas temperaturas e pressão elevada cria um estado supercrítico do CO2, resultando em uma extração eficiente que não deixa resíduos tóxicos no óleo ou na farinha da larva. Além disso, a farinha desengordurada foi incorporada na formulação de pães. O óleo obtido pode ser aplicado na indústria de cosméticos, e a farinha tem alto teor de proteínas, superior ao de vegetais como feijão e lentilha. Além disso, possui melhor digestibilidade, o que é benéfico para a saúde intestinal.

Seguindo orientações da FZEA, o manejo e abate das larvas usadas nos estudos foram feitos de forma a respeitar as boas práticas de fabricação e segurança de alimentos. As larvas se alimentam de restos de comida de restaurantes, e seu cultivo requer menos espaço e utiliza menos água do que rebanhos tradicionais. As larvas foram fornecidas por uma empresa que as cria para ração animal. “A farinha de inseto é um alimento altamente sustentável, não precisa de grandes espaços, nem de muitos recursos hídricos”, conta Alessandra.

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