Vitamina C previne morte celular das plantas

A equipe de pesquisa da Universidade de Tsukuba descobriu que borrifar folhas com vitamina C previne a morte celular e aumenta a produção de proteínas farmacêuticas de alto valor nas plantas. A produção de proteínas farmacêuticas de alto valor em plantas - às vezes chamada de "pharming molecular" - oferece vantagens sobre alguns outros métodos de fabricação, principalmente o baixo custo e a facilidade de aumentar a produção para atender à demanda. Mas expressar grandes quantidades de proteínas "estranhas" nas plantas às vezes também pode levar a problemas, como desidratação e morte celular prematura nas folhas. 

A equipe trabalhou com uma parente próxima do tabaco, Nicotiana benthamiana , que é amplamente utilizada para esse tipo de aplicação, pois as plantas crescem bem em estufas e é relativamente fácil introduzir genes estrangeiros. Os pesquisadores induziram as folhas a produzir novas proteínas por um processo conhecido como agroinfiltração: as folhas são injetadas com bactérias chamadas Agrobacterium, que carregam o DNA que codifica as proteínas de interesse para as células vegetais. As células da folha decodificam o DNA e o usam para fazer as novas proteínas. 

Enquanto algumas proteínas estranhas causam poucos problemas para as células vegetais, outras podem levar a efeitos colaterais que parecem ser causados por um excesso de espécies reativas de oxigênio prejudiciais. A aplicação de ácido ascórbico como antioxidante neutraliza os efeitos prejudiciais e permite taxas substancialmente mais altas de produção de proteína. 

“Testamos o método com vários tipos diferentes de proteínas”, diz o professor Kenji Miura, responsável pelo estudo. "Usamos proteína fluorescente verde (uma ferramenta comum em laboratório) e duas proteínas humanas, chamadas Cul1 e uma proteína F-box. Pulverizar as folhas com ácido ascórbico fez uma diferença surpreendentemente grande, mas apenas quando aplicamos altas concentrações do antioxidante . Parece que o ácido ascórbico previne a morte celular e também reduz a degradação das proteínas estranhas, então o rendimento é maior”, conclui.