A aproximação da época do plantio da safra 2003/04 está aquecendo o mercado de fertilizantes no Brasil. As empresas do setor comercializaram entre janeiro e agosto deste ano 12,51 milhões de toneladas, 8,8% a mais que em igual período de 2002, segundo a Anda - Associação Nacional para Difusão de Adubos. Só em agosto as vendas somaram 2,66 milhões de toneladas, um aumento de 20,4%.
"A demanda está crescendo aos poucos, mas de forma sustentada", afirma Carlos Alberto Pereira, diretor da Anda. Os investimentos realizados no aumento de produtividade da agricultura e o fato de os agricultores estarem capitalizados são apontados como os principais motivos do aumento das vendas. A expectativa para este ano é que o volume chegue a 20,5 milhões de toneladas, 7% a mais que 2002.
Até agosto, o Brasil ampliou sua produção para 5,62 milhões de toneladas, aumento de 4,2% em comparação com o mesmo período de 2002. No mês passado, a produção cresceu 22,5%, para 925 mil toneladas. "O aumento na produção ainda é pequeno perto da demanda", diz Carlos Eduardo Florence, diretor da Associação dos Minsturadores de Adubos (AMA).
O aumento da produção interna não impediu o crescimento das importações, que até agosto somaram 8,71 milhões de toneladas, 27,4% a mais que 2002. As compras de agosto cresceram 17,3%, totalizando 1,54 milhão de toneladas no mês passado. O aumento da oferta de adubos não significará redução de preços. O valor das vendas este ano cresceu 27,8% em 2003 para US$ 2,57 bilhões, ante os US$ 2,01 bilhões de igual período de 2002.
Segundo Pereira, a tendência é que os preços internos subam como consequência das importações - entre 60% e 65% do que é consumido é importado. "Dessa vez o problema não foi o dólar, mas sim as cotações no mercado internacional que estão altas".