Veja as propostas de Vera Lúcia, candidata à Presidência
Vera Lúcia tem 54 anos e é natural de Inajá (PE). Operária sapateira, é formada em ciências sociais pela Universidade Federal de Sergipe
Vera Lúcia tem 54 anos e é natural de Inajá (PE). Operária sapateira, é formada em ciências sociais pela Universidade Federal de Sergipe.
Conforme as informações divulgadas pela Agência Brasil, em 2018, foi candidata à Presidência da República e teve como vice o professor Hertz Dias, do Maranhão. Em 2020, Vera foi a primeira mulher negra a disputar a prefeitura de São Paulo, cidade onde mora atualmente. A candidata à Vice-Presidência é a indígena da etnia Tremembé, Kunã Yporã (Raquel Tremembé). Kunã tem 39 anos e é pedagoga.
Ela integra a Associação de Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga) e é membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas. Kunã Yporã é parte atuante das mobilizações dos povos indígenas na oposição ao governo atual.
O programa de governo da candidata à Presidência, Vera, e da vice Raquel Tremembé, pelo PSTU, é intitulado Um Programa Socialista para o Brasil. A ideia central é que os trabalhadores dirijam o país, por meio do controle das empresas.
Entre as propostas, o programa quer duplicar o salário-mínimo; o fim da precarização do trabalho; jornada diária de 6 horas para todos os trabalhadores e auxílio emergencial de um salário-mínimo para todos desempregados. Na saúde, Vera quer estatizar todo o setor, confiscando hospitais e grupos privados de saúde, e quebrar todas as patentes de vacinas e remédios.
No setor educacional, oferecer educação pública para todos, em todos os níveis de ensino, acabar com os grupos privados da educação e dar acesso livre às universidades.
O programa ainda propõe que o governo seja responsável pelo transporte público, que deve ser gratuito para a população; um plano de obras públicas para a construção de habitações populares e saneamento básico.
Vera também quer descriminalizar as drogas, a desmilitarização e o fim das polícias atuais, com reformulação.
O fim da violência policial contra a juventude negra e o acesso gratuito à internet para todos.
Perdão das dívidas bancárias das micro e pequenas empresas e apoio estatal para a criação e difusão da cultura popular.
O projeto ainda cita licença e salário-maternidade e paternidade por um ano com estabilidade no emprego, educação sexual, acesso a contraceptivos e direito ao aborto.
Também a demarcação das terras indígenas e quilombolas. No meio ambiente, expropriar as madeireiras que queimam a Amazônia.
Prisão de garimpeiros ilegais; fontes limpas de energia, e a isenção do pagamento de imposto de renda para quem ganha até 10 salários-mínimos.
AGRONEGÓCIO
De acordo com as propostas da cancidata, o agronegócio aparece no tópico abaixo:
REFORMA E REVOLUÇÃO AGRÁRIA SOB CONTROLE DOS TRABALHADORES, PARA GARANTIR COMIDA BARATA PARA OS BRASILEIROS
Houve uma modificação radical no campo brasileiro nas últimas décadas, com o avanço das grandes empresas agropecuárias voltadas para a exportação. O resultado é de lucros altíssimos para a burguesia agrária e miséria e fome para os trabalhadores. Nunca a produção agropecuária foi tão alta, nunca a fome do povo foi tão grande. Por outro lado, a agricultura familiar dos pequenos camponeses é responsável pela produção de 70% dos alimentos do povo brasileiro, e vive em situação extremamente precária, sem financiamento nem apoio técnico por parte do Estado, esmagada pelas grandes empresas agropecuárias.
A mecanização do campo, que poderia significar um avanço, trouxe um brutal desemprego com massas de trabalhadores vindo para a cidade. A produção é voltada para a exportação, sem se preocupar com a alimentação do povo brasileiro. O resultado é o atual, com altíssima inflação porque os preços do que produzimos no Brasil são os preços do mercado mundial.
Além disso, os pequenos camponeses seguem sem terras e sem financiamentos. Nós propomos mudar completamente essa situação. O aumento na produção agropecuária deve servir para acabar com a fome do povo brasileiro. Para isso, defendemos a expropriação e estatização das grandes empresas agro pecuárias sob controle dos trabalhadores. A prioridade para a produção deve ser a alimentação do povo brasileiro, com a exportação dos excedentes.
Junto com isso, defendemos uma reforma agrária ampla, com distribuição de terras aos sem terras, sob controle dos trabalhadores. E defendemos também o financiamento da produção e ampla assistência técnica aos pequenos produtores.