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Uso abusivo de antiinflamatórios provoca lesões nos animais

A utilização indiscriminada dos antiflamatórios pode acarretar conseqüências e lesões graves nos eqüinos



Os AINEs, antiinflamatórios não-esteroidais (não corticóides), são utilizados de forma preventiva e terapêutica na clínica médica e cirúrgica de eqüinos devido às suas propriedades antiinflamatórias, analgésicas e antipiréticas (contra febre). Este tipo de medicamento proporciona ausência ou redução da dor nos animais, possibilitando seu retorno ao campo ou às pistas de competição mais rapidamente.

Porém, a percepção de melhora pode ser subjetiva caso não haja avaliação detalhada e particularizada do caso clínico, e da mesma forma, a utilização indiscriminada desses compostos em tratamentos diversos pode acarretar conseqüências e lesões graves nos eqüinos. “A real condição clínica do animal pode ser mascarada e, devido a exercícios físicos continuados, pode ocorrer o agravamento das lesões pré-existentes, como rupturas teno-ligamentares e severos problemas musculares, muitas vezes inutilizando o animal para o esporte”, explica o médico veterinário Henry Berger, gerente de produtos para eqüinos da Merial.

Outras reações secundárias dos AINEs comumente observadas incluem severas úlceras gastroduodenais causadas pelo uso dos princípios ativos fenilbutazona e flunixin meglumine, que possuem reconhecida atividade ulcerogênica. Colite ulcerativa também é uma afecção relativamente comum, cujo diagnóstico pode ser relacionado às terapias prolongadas com AINEs em todo o mundo, inclusive no Brasil. Estudos demonstram que após a aplicação intramuscular ou intravenosa de medicamentos com princípios ativos como fenilbutazona, flunixin meglumine e ibuprofeno podem ocorrer úlceras gastroduodenais severas. Isso ocorre devido a “quebras” na proteção natural da mucosa do estômago e do duodeno (prostaglandinas) dos animais, levando-os à falta de apetite, emagrecimento e cólicas.

Outro problema ao uso indiscriminado são efeitos colaterais, sendo os mais usuais, além daqueles relacionados a alterações no trato gastrintestinal, transtornos no sistema hematopoiético e alterações renais. Berger relata que experimentos realizados com cavalos adultos saudáveis divididos em grupos tratados com fenilbutazona, flunixin meglumine e ketoprofeno (Ketofen®) concluiram que cavalos dos grupos tratados com flunixin meglumine e fenilbutazona apresentam maiores níveis de necrose dos túbulos renais que os animais tratados com ketoprofeno.

“No controle de cólicas, o ketoprofeno (Ketofen®) equivale ao potencial do flunixin meglumine, porém é muito menos ulcerogênico. O uso de apenas 1 ou 2 doses de ketoprofeno (Ketofen®) pode ser suficiente para o controle de cólicas e sem se correr o risco de “mascaramento” dos sintomas clínicos”, enfatiza Henry.

Com a utilização do ketoprofeno, além do potencial tóxico muito menor que os demais AINEs, o controle da inflamação é 80 vezes mais potente e o controle da febre 20 vezes mais potente quando comparado à fenilbutazona. Além disso, o efeito antipirético é mais rápido e duradouro que o flunixin meglumine. Em relação à potência analgésica, o Ketoprofeno (Ketofen®) é 50 vezes superior em relação à fenilbutazona e 10 a 15 vezes superior ao ibuprofeno. Devido à sua elevadíssima eficácia e eficiência, proporciona a diminuição do número de doses necessárias e tempo de tratamento, além de oferecer maior segurança na utilização quando comparado a outros AINEs. “O resultado é menos manejo, menos gastos com seringas e agulhas e menor possibilidade de lesão gástrica ou duodenal e custos com seu tratamento”, complementa Berger.

É conveniente que os AINEs sejam utilizados somente sob orientação Médica Veterinária, respeitando as doses e o prazo de uso recomendado, cabendo ao Veterinário a escolha e indicação do fármaco mais eficiente e que apresenta maior segurança na utilização nos eqüinos. É imprescindível o respeito à dosagem e aos prazos de uso recomendados.

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