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UE reafirma suas prioridades na negociação da OMC após desastre de Cancún



O principal negociador da União Européia (UE) voltou a confirmar nesta terça-feira (16-09) em Bruxelas as prioridades do bloco dos 15 na negociação da Organização Mundial do Comércio (OMC) frente às demandas dos países em desenvolvimento depois do fracasso da reunião de Cancún (México).

O comissário europeu de Comércio, Pascal Lamy, explicou que os europeus não estavam "dispostos a ceder sobre várias regras que (...) devem acompanhar a abertura do comércio mundial, ou seja, a facilitação do comércio, que é a chave do acesso aos mercados das pequenas e médias empresas, muito menos em matéria de transparência nas compras públicas".

Os países em desenvolvimento se negaram a discutir estes capítulos em Cancún, que junto com os investimentos e a concorrência, formam os chamados "temas de Cingapura".

Lamy garantiu, porém, que estes pontos estão incluídos nas bases da negociação comercial acordadas em 2001, em Doha, e lembrou que a UE desistiu de negociar dois deles no México (investimentos e concorrência).

"A UE também não estava disposta a considerar, como pedem vários países, que toda ajuda à agricultura seja proibida, por razões ambientais, de segurança alimentar e de qualidade em geral", assim como "não estávamos dispostos a deixar que nossas indicações geográficas sejam usurpadas", defendeu.

Pascal Lamy também se mostrou cético sobre a possibilidade de que a próxima rodada da negociação de liberalização comercial internacional na OMC, em dezembro, na sede de Genebra, produza resultados, já que os ministros não conseguiram chegar um acordo em Cancún.

O responsável europeu fez ainda um balanço das perdas que o fracasso de Cancún representou para os membros do grupo, "porque precisamos da abertura dos mercados com sócios comerciais importantes" e "porque a pressão sobre a reforma do sistema de ajudas agrícolas americanas cairá consideravelmente, o que não será bom para nossos agricultores". Esta falta de pressão sobre os Estados Unidos para que diminuam seus subsídios agrícolas também afetará "alguns países emergentes como Brasil e México", avaliou.

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