Os países ricos, liderados pela União Européia (UE), elevaram os subsídios agrícolas em 3,5% para US$ 235 bilhões em 2002, embora tentassem chegar a um acordo comercial para reduzir esta ajuda, informaram pesquisadores do governo.
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que representa 30 entre as nações democráticas mais ricas do mundo, informou que os subsídios da UE subiram 15% para mais de US$ 100 bilhões, duas vezes e meia o montante dos pagamentos americanos.
A organização, sediada em Paris, disse que este tipo de assistência, que proporciona cerca de um terço da receita agrícola nas nações ricas, priva os países pobres da África e da Ásia de US$ 100 bilhões anuais de receita.
Países em desenvolvimento
"Nossas políticas aumentam a pobreza nos países em desenvolvimento", afirmou Stefan Tangermann, diretor da Agência de Alimentos, Agricultura e Pesca da OCDE e autor do relatório divulgado ontem. EUA, UE e Japão estão sendo pressionados por países exportadores agrícolas, como Brasil, Austrália e Índia a acabar com os subsídios, conforme previsto na Rodada Doa de negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC).
A ajuda, que inclui pagamentos do governo e tarifas, prejudica os produtores dos países pobres, estimulando o acúmulo de excedentes de produção e deprimindo os preços mundiais, afirmou o grupo. EUA, OCDE e outros afirmam que a UE precisa rever seus gastos a quase à metade.