Trigo sobe em Chicago, mas pressão austráliana pode impactar preços globais
Combinação de fatores deve influenciar comportamento das cotações nos próximos meses
As cotações do trigo em Chicago registraram alta na primeira semana de setembro, com o bushel fechando a quinta-feira (05) a US$ 5,61, em comparação aos US$ 5,25 da semana anterior. Segundo a Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), o aumento reverte uma sequência de quedas, após o cereal atingir o menor valor em quatro anos durante o mês de agosto, quando chegou a US$ 4,98. A média do mês passado foi de US$ 5,27 por bushel, 2,9% abaixo da média de julho e quase um dólar menor do que os US$ 6,13 registrados em agosto de 2023.
Nos Estados Unidos, a colheita de trigo de primavera segue em ritmo estável, com 70% das áreas já colhidas até o início de setembro, em linha com a média histórica. No entanto, o cenário global traz pressões adicionais aos preços. Na Austrália, a produção de trigo para a próxima safra deve superar as expectativas iniciais, com mais de 31 milhões de toneladas, dois milhões a mais do que o previsto anteriormente. As chuvas nas principais regiões produtoras do país impulsionaram a produtividade, o que pode impactar ainda mais o mercado mundial, já que a Austrália, terceiro maior exportador de trigo do mundo, tende a aumentar sua oferta justamente em um momento em que os preços globais estão em seus níveis mais baixos dos últimos quatro anos.
Essa combinação de fatores deve influenciar o comportamento das cotações nos próximos meses, com produtores e exportadores de olho nas movimentações australianas, que podem trazer novas quedas nos valores negociados.