Suspensão de vacinação contra aftosa em alguns estados do Bloco IV não altera trânsito de animais
Como fica o trânsito entre estados que ainda são obrigados a vacinar e os que já não vacinam mais
Neste ano, mais de 100 milhões de animais do rebanho bovino brasileiro já não estão mais sendo vacinados contra febre aftosa nos estados do Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Tocantins. Esses estados e mais o Distrito Federal (DF) integram o Bloco IV do PNEFA – Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa e obtiveram autorização do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para suspender a vacinação em 2023.
Contudo, como não houve a solicitação de reconhecimento por parte do MAPA à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), esses estados não são considerados zonas livres de aftosa sem vacinação. Os estados que já tiveram esse reconhecimento concedido pela OMSA são Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso.
O estado de São Paulo, que também integra o bloco IV do PNEFA, este ano ainda executa as duas etapas da campanha de vacinação, nos meses de maio e novembro. O estado deve deixar de vacinar a partir do ano que vem, visto que, segundo o MAPA, ele já atingiu os critérios mínimos necessários para suspender a imunização dos animais, entretanto, sem vinculação de reconhecimento junto à OMSA. Nesse contexto de haver diferentes regiões em situações distintas com relação à vacinação, uma preocupação do setor pecuarista é quanto ao trânsito de animais.
No caso dos estados do Bloco IV, o trânsito continua livre: em ofício-circular divulgado recentemente, o MAPA permite a movimentação de animais e de produtos entre todos os estados do Bloco IV (BA, SE, RJ, SP, MG, GO, MT, TO, MS, ES e DF), independentemente se houve ou não a suspensão da vacinação. Isso não interfere no pleito brasileiro para reconhecimento das zonas livres de Febre Aftosa sem vacinação junto à OIE, que será feito assim que todos os estados do Bloco IV tiverem reunido os critérios técnicos e sanitários necessários.
Os estados que já têm o reconhecimento da OMSA (PR, SC, RS, AC, RO, partes do AM e MT), estes sim não podem receber animais vacinados, com exceção daqueles destinados para o abate.
Ao longo dos anos, São Paulo tem realizado um trabalho de excelência no combate à febre aftosa, tanto que o último caso registrado da doença foi em março de 1996.