Faltando seis dias úteis para o fim do primeiro semestre, a balança comercial brasileira acumula no ano, até a terceira semana de junho, o superávit recorde de US$ 9,64 bilhões. O saldo subiu com o resultado positivo de US$ 565 milhões registrado na terceira semana do mês. Foi o melhor resultado semanal de junho, graças ao aumento das vendas externas principalmente de produtos manufaturados, e apesar de a terceira semana ter tido quatro dias úteis por causa do feriado de Corpus Christi.
O saldo acumulado no ano, já perto de US$ 10 bilhões, é quatro vezes superior ao registrado no mesmo período de 2002, quando o superávit estava em US$ 2,37 bilhões. Dados não-oficiais indicam que o superávit comercial em 12 meses até a terceira semana de junho já estaria em US$ 20,1 bilhões. Para 2003, o Banco Central estima saldo positivo da balança em US$ 17,5 bilhões.
Segundo o boletim semanal da balança comercial, divulgado ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as exportações somaram US$ 1,306 bilhão na terceira semana, com média diária de US$ 326,5 milhões. Houve crescimento de 28,5% das vendas de manufaturados ante as duas primeiras semanas do mês, com destaque para automóveis de passageiros, aparelhos transmissores e receptores, calçados, autopeças, suco de laranja, óleos combustíveis, veículos de carga e aviões. As vendas de semimanufaturados aumentaram 39,7% e, as de básicos, 6,4%. A média diária das exportações acumuladas até a terceira semana cresceu 40,6% ante a média de junho de 2002. No acumulado do ano, as exportações até a terceira semana de junho cresceram 32,4%.
Houve aumento de vendas em todas as categorias de produtos. O maior destaque foram os produtos básicos: as exportações cresceram 86,6%, puxadas por minério de ferro, soja em grão, carnes bovina e de frango, fumo em folhas, farelo de soja e café em grão. As vendas externas de semimanufaturados tiveram nas três primeiras semanas do mês aumento de 58%, especialmente de celulose, semimanufaturados de ferro e aço, óleo de soja em bruto, açúcar em bruto, alumínio, couros e peles.
As importações também cresceram na terceira semana do mês, somando US$ 741 milhões, com média diária de US$ 185,3 milhões - aumento de 10,8% em relação à média acumulada nas duas primeiras semanas. Houve incremento dos gastos com compras de cereais, plásticos, equipamentos mecânicos, produtos farmacêuticos e químicos. No acumulado do mês até a terceira semana, as importações cresceram 1,4% ante à média de junho de 2002.
Em relação a maio, houve retração de 6,4% nas importações, com redução das compras de combustíveis e lubrificantes, equipamentos elétricos e eletrônicos, instrumentos de ótica e precisão, adubos e fertilizantes e químicos.