Em meio à celeuma que tomou conta da questão agrária nos últimos dias, a liderança rural se reuniu nesta segunda-feira com o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Miguel Rosseto, a fim de reforçar o diálogo entre o setor e o governo federal
O governo tem como principal objetivo viabilizar economicamente a reforma agrária, tendo em ações como o fortalecimento da agricultura familiar um dos seus instrumentos de execução. E para isso quer eliminar qualquer foco de conflito no campo e reforçar o diálogo a fim de dar um encaminhamento mais pacífico e concreto à questão.
Esta é a análise que o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB) - www.srb.org.br -, João de Almeida Sampaio Filho, fez do encontro que teve nesta segunda-feira, 23, com o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Miguel Rosseto, em Brasília.
Rosseto convocou a reunião com a SRB para afinar ainda mais o posicionamento do ministério com o da liderença representativa do setor rural. Ambos já haviam se reunido no final de março e têm convicção que só o diálogo é capaz de dar prosseguimento às propostas do governo Lula para o campo.
De acordo com o presidente da SRB, o ministro vê como isolados, mas graves, os últimos conflitos pela terra. E acredita que há muita celeuma em se privilegiar um noticiário "tenso" em detrimento a análises que identifiquem os verdadeiros problemas do tema e possíveis rotas de solução.
Segundo João Sampaio, o ministro quer o quanto antes dar um outro tom à questão agrária. "Encerrar pontos de conflito para se dedicar ao objetivo que é o de qualificação." Para a SRB, o ministro solicitou manutenção do trabalho de liderança ao conscientizar o setor rural do poder do diálogo como melhor e maior ferramenta para a questão agrária no País.
Já a iniciativa do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em convocar os representantes dos sem-terra, principalmente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), para conversar é vista pelo presidente da SRB como um nítido sinal que o governo quer acabar de vez com qualquer tipo de reivindicação antidemocrática e fora da lei, e ratificar seu posicionamento de uma reforma agrária ordeira e pacífica.
"Vejo como um claro puxão de orelha do presidente em quem está fomentando a desordem no campo."