Liderança rural faz coro com o governo ao defender o diálogo e soluções pacíficas para a questão agrária
A Sociedade Rural Brasileira (SRB) - (www.srb.org.br)- repudia a recente onda de invasões de propriedades rurais, depredações e ocupações de prédios públicos promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) nos Estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Goiás.
E para abril, de acordo com a direção dos Sem-Terra, está programado um novo levante. O MST argumenta que precisa chamar a atenção da sociedade para o considerado pelo movimento "atraso" no processo de reforma agrária.
"Para qualquer efeito, a questão agrária precisa ser tratada de modo ordeiro, pacífico e dentro da lei", diz o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), João de Almeida Sampaio Filho.
"E em parceria com lideranças rurais parceiras vamos intensificar o esforço para que isso ocorra, como no caso da luta pela manutenção da MP que torna as terras invadidas indisponíveis para a reforma agrária." Saiba mais aqui.
A opinião da SRB vai ao encontro do posicionamento do governo. Em nota à imprensa, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) disse que as manifestações do MST nos últimos dias ultrapassaram os limites da democraria.
Ainda segundo o comunicado, o ministério reitera a disposição para o diálogo e rotula como inaceitável atos de violência e depredação do patrimônio público, em referência à ocupação dos prédios do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Goiás e Mato Grosso por membros do MST.
O MDA informa que requereu à Policia Federal a abertura do competente inquérito policial para averiguação dos fatos e responsabilidades.
Dar terra a quem tem real vocação
Dentro da lógica de um processo agrário justo e eficiente, João Sampaio ratifica o posicionamento da SRB que não basta dar o acesso à terra aleatoriamente. Segundo ele, "é preciso direcioná-la a quem tem real vocação para produzir”.
Tal postura fica evidenciada no trabalho político da SRB. Um exemplo é o da recente reunião entre a entidade e o secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, Antônio Duarte Nogueira, na qual a SRB sugeriu que se direcionem esforços para o fornecimento de infraestrutura a quem já está assentado.
Segundo a organização, o objetivo é dar condições de fixação no campo e logo a seguir de desenvolvimento para a propriedade rural.
"Nós temos sugestões e contribuições a dar sobre a reforma agrária, temos interesse em ajudar o desenvolvimento dos trabalhadores já assentados, os com-terra", acrescenta o presidente da SRB.