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Spray bioativo pode produzir plantas geneticamente modificadas

As variedades das principais commodities são tipicamente geneticamente modificadas para exigir menos água, serem mais resistentes a pragas e doenças ou mesmo produzirem mais



Foto: Pixabay

Embora as variedades geneticamente modificadas tenham vantagens sobre as convencionais, desenvolver uma nova variedade GM é caro, demorado e desafiador. Os cientistas desenvolveram agora uma abordagem mais simples, na qual plantas normais são alteradas com um spray bioativo.

As variedades das principais commodities são tipicamente geneticamente modificadas para exigir menos água, serem mais resistentes a pragas e doenças ou mesmo produzirem mais. A implementação bem-sucedida de tais modificações leva uma quantidade considerável de tempo e dinheiro, no entanto, além de algumas pessoas ainda desconfiarem da segurança delas.

Liderada pelo pesquisador Masaki Odahara, uma equipe do RIKEN Center for Sustainable Resource Science do Japão se propôs a desenvolver uma alternativa mais fácil que entregasse os mesmos resultados.

Mais especificamente, os cientistas queriam criar moléculas bioativas que pudessem ser pulverizadas nas lavouras, onde entrariam nas células das plantas e suprimiriam ou desencadeariam a atividade de genes específicos.

Um dos primeiros candidatos que os cientistas procuraram eram cadeias de aminoácidos conhecidas como peptídeos penetrantes de células (CPPs). Estudos anteriores mostraram que tais peptídeos são capazes de entregar moléculas em estruturas dentro de células vegetais, como os cloroplastos que realizam fotossíntese.

Para ver quais peptídeos funcionariam melhor, os pesquisadores marcaram vários CPPs naturais e sintéticos com sinais de fluorescência amarela e, em seguida, pulverizaram esses CPPs nas folhas de agrião, soja e tomate. Com um microscópio de varredura a laser descobriu-se que vários dos peptídeos tiveram sucesso em infiltrar suas células, fazendo com que elas fluorescessem amarelo.

Experimentos adicionais mostraram que plasmídeos - que são frequentemente usados para transferir genes exógenos para plantas - poderiam ser transportados para as folhas das plantas depois de serem anexados a CPPs pulverizados. Outras biomoléculas anexadas fizeram com que as folhas desenvolvessem temporariamente mais poros, permitindo que uma maior quantidade do spray fosse absorvida.

Finalmente, os cientistas voltaram sua atenção para uma planta que havia sido tradicionalmente geneticamente modificada (da maneira tradicional) para expressar excessivamente a fluorescência amarela em suas folhas. Ao anexar RNA que interfere nessa atividade a um CPP e, em seguida, pulverizar esse CPP nas folhas da planta, os pesquisadores conseguiram silenciar com sucesso a fluorescência amarela, demonstrando a possibilidade de transformar as plantas por essas moléculas bioativas.
 

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