Soja em baixa em Chicago: Brasil e EUA pautam cotações
A baixa nas cotações da soja reflete a maior competitividade do grão brasileiro
De acordo com a TF Agroeconômica, o mercado de soja na Bolsa de Chicago (CBOT) fechou em queda nesta quarta-feira, impactado pela rápida evolução do plantio no Brasil e pelas guerras comerciais envolvendo os Estados Unidos. O contrato de soja para janeiro, referência para a safra brasileira, recuou 0,81%, ou 8,00 cents por bushel, encerrando a sessão a $983,75. O contrato de março registrou baixa de 0,75%, ou 7,50 cents por bushel, cotado a $989,75. O farelo de soja para janeiro teve alta de 0,52%, ou $1,5 por tonelada curta, fechando a $291,9, enquanto o óleo de soja para o mesmo mês caiu 1,71%, ou $0,72 por libra-peso, terminando a $41,42.
A baixa nas cotações da soja reflete a maior competitividade do grão brasileiro, impulsionada pela desvalorização do real frente ao dólar, e preocupações com o futuro das exportações norte-americanas. Além disso, os operadores do mercado estão atentos à falta de incentivo ao biocombustível pela nova administração dos Estados Unidos e às tensões comerciais com a China. Mesmo a venda de 30.000 toneladas de óleo de soja para a Coreia do Sul não foi suficiente para reverter o cenário de queda.
O clima de incerteza foi agravado pelo aumento das tensões entre Estados Unidos e China. A recente decisão da China de encerrar as exportações de terras raras, fundamentais para a tecnologia americana, somou-se à ofensiva dos EUA contra o setor chinês de semicondutores. Essa disputa intensifica o pessimismo em Chicago e antecipa possíveis aumentos tarifários após a posse de Donald Trump na presidência americana, marcada para 20 de janeiro.
Com o avanço do plantio no Brasil e a escalada de tensões comerciais, o mercado segue monitorando as possíveis mudanças no panorama global, especialmente diante da transição de governo nos EUA e seus impactos no comércio internacional de commodities agrícolas.