Soja e trigo sob alerta com chuvas intensas
No sul do Brasil, o tempo instável pode prejudicar a colheita do trigo
Foto: Arquivo
A semana começa com previsão de chuvas generalizadas nas principais regiões agrícolas do Brasil, trazendo alívio para o solo e desafios para o avanço do plantio. De acordo com o meteorologista do Portal Agrolink, Gabriel Rodrigues, a combinação entre calor e umidade está intensificando as precipitações na parcela central do país, especialmente em áreas produtoras de soja, que iniciam suas operações de plantio.
As chuvas serão irregulares e podem ocorrer na forma de tempestades, com trovoadas e vendavais. Algumas projeções apontam acumulados acima de 150 mm em regiões de Mato Grosso (MT) e Goiás (GO) ao longo da semana.
Nos estados do sul do Tocantins (TO), sudoeste da Bahia (BA) e leste de Mato Grosso, espera-se que os volumes variem entre 70 e 100 mm, enquanto áreas do norte do Mato Grosso do Sul (MS) e sul de Rondônia (RO) podem registrar acumulados entre 40 e 60 mm.
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Segundo Rodrigues, essa previsão é favorável para a reposição da umidade no solo, mas pode atrasar o plantio de soja em algumas áreas devido ao excesso de chuvas.
No sul do Brasil, o tempo instável também pode prejudicar a colheita do trigo, principalmente no noroeste do Rio Grande do Sul (RS), onde se espera que as precipitações variem entre 50 e 70 mm. A presença de um sistema de baixa pressão sobre o Paraguai vai intensificar as chuvas na região, exigindo maior monitoramento por parte dos produtores.
Enquanto o centro-sul e a região Norte de Mato Grosso devem receber volumes significativos, o extremo norte do Brasil, incluindo estados como Amazonas (AM) e Ceará (CE), deve permanecer seco.
Rodrigues destaca que, embora as chuvas tragam alívio para o solo e incentivem o desenvolvimento da soja, o produtor precisará acompanhar de perto as previsões de curto prazo para encontrar janelas ideais para o plantio e evitar prejuízos.
A expectativa é que até o final de outubro o padrão climático siga semelhante, com chuvas frequentes e isoladas. A ausência de uma Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) impede uma intensificação maior das precipitações, mas áreas de Minas Gerais (MG), Mato Grosso do Sul (MS) e Goiás podem acumular mais de 200 mm nos próximos dias.
