Soja: USDA aumenta estoque dos EUA e desconsidera alterações na safra brasileira
Relatório atual é um prelúdio para o aguardado relatório de maio, que tradicionalmente inclui atualizações sobre a safra nova
Análise da Hedgepoint Global Markets ressalta uma disparidade entre as estimativas do USDA para a produção de soja no Brasil e as da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) - Foto: Sheila Flores
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em seu último relatório divulgado em abril, realizou ajustes no quadro de oferta e demanda de soja nos EUA, enquanto deixou de considerar o cenário da produção brasileira, revelou uma análise da Hedgepoint Global Markets.
De acordo com Alef Dias, analista de Grãos e Macroeconomia da Hedgepoint Global Markets, o relatório atual é um prelúdio para o aguardado relatório de maio, que tradicionalmente inclui atualizações sobre a safra nova. "O USDA confirmou uma menor demanda nos EUA, ajustando para baixo as linhas de exportação e uso para sementes", afirmou Dias.
O ritmo de vendas de exportação embarcadas atingiu mínimas dos últimos 5 anos, enquanto o uso de sementes foi reduzido, em linha com a área reportada no relatório de intenção de plantio, que ficou abaixo da área estimada pelo Fórum Agrícola.
No entanto, a análise da Hedgepoint Global Markets ressalta uma disparidade entre as estimativas do USDA para a produção de soja no Brasil e as da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), atingindo a maior diferença da história. Enquanto o USDA estima a produção brasileira em 155 milhões de toneladas, a Conab reporta 146,5 milhões de toneladas.
As discrepâncias entre as estimativas do USDA e as de outras entidades, como a Conab, podem influenciar significativamente o mercado global de soja e as estratégias de negociação dos players do setor.
