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SOJA: Nenhuma previsão de alta a curto e médio prazo

Safras da América do Sul devem ser recordes, e demanda chinesa não decola



Foto: Divulgação

A semana termina com queda nos preços da soja, tanto na Bolsa de Chicago (2,96%), como no Brasil (1,60%, segundo o Cepea), em relação à sexta-feira anterior. “Falamos diversas vezes que, mesmo com o acordo EUA/China, a cotação de Chicago não voltaria tão cedo aos US$ 10,50, que seria o seu leito natural”, relembram os analistas da T&F Consultoria Agroeconômica. 

De acordo com os especialistas, o mercado vêm oscilando excessivamente tanto para cima como para baixo: “Está bem abaixo, tendo fechado a US$ 9,02 (bushel) nesta sexta-feira (24.01). E, a menos que surja um fato novo que não está nem no horizonte, não tem nenhuma previsão de alta a curto nem médio prazo”, projeta a T&F.

Como motivos para essa previsão, os analistas apontam dois motivos: Primeiro, porque as safras da América do Sul devem ser recordes, com o Brasil aumentando de 117 milhões (MT) para 123 MT, mais do que compensando a queda da Argentina de 55 MT para 53 MT, segundo o último relatório do USDA.

Segundo, porque a demanda chinesa, prometida, mas não cumprida, não avança e não reduz os altíssimos estoques finais da safra americana. Isso apesar de a safra norte-americana tenha diminuído de 120 MT para 96,62 MT. 

LUCRO

Mesmo assim, os preços no Brasil ainda proporcionam lucro líquido ao redor de 28% para o agricultor. Ainda de acordo com os analistas da T&F, “todo este imbróglio americano/chinês não tirou a lucratividade do sojicultor brasileiro, comparando com os custos fornecidos pelo Deral-PR. O que garante esta lucratividade, ao contrário do que afirmam alguns colegas analistas, é justamente o dólar”. 

“Cerca de 35% do preço da soja brasileira é feita pela cotação do dólar. Então, quando ele se valoriza, valoriza o preço e a lucratividade da soja, mesmo que os preços dos insumos também sejam impactados, pela simples razão de que os insumos dolarizados compõe uma pequena parte do custo dotal da soja que, mesmo assim, é 28% líquido, isto é, depois de tirados todos os custos de produção, inclusive os dolarizados”, explicam eles.

“E, se acreditarmos nos 100 maiores especialistas do mercado financeiro, consultados semanalmente pelo Banco Central e registrados pelo Relatório Focus, a cotação do dólar deve se manter acima dos R$ 4,0 pelos próximos três anos, 2020, 2021 e pelo menos até o final de 2022”, conclui a T&F Consultoria Agroeconômica.

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