Soja: liberação do fósforo deve ser gradual
Especialista demonstra a absorção em um gráfico
De acordo com Tarcísio Cobucci, pesquisador na Integração Agrícola, o acúmulo de Fósforo (P) na soja pode ser dividido em duas metades ao longo do ciclo: metade antes do estágio reprodutivo R4 e a outra metade após. Essa dinâmica indica que a ideia de utilizar fertilizantes fosfatados com liberação imediata não é a mais eficiente. Segundo Cobucci, é essencial adotar fontes de Fósforo com liberação gradual, pois a planta ainda apresenta alta demanda por esse nutriente após 70 dias de desenvolvimento.
O gráfico apresentado pelo pesquisador ilustra o padrão de absorção de fósforo em diferentes partes da planta ao longo do ciclo de cultivo, desde os estágios vegetativos (V4 e V7) até os reprodutivos (R1, R4, R5.2, R5.4, R6, R7 e R8). No início do ciclo, a absorção ocorre principalmente nas folhas e no caule, destacando a necessidade de disponibilidade de fósforo para o crescimento inicial. A partir do estágio R1, a absorção de fósforo pelos legumes aumenta significativamente, atingindo o pico no estágio R5.4, quando o nutriente é essencial para o desenvolvimento das estruturas reprodutivas e o preparo para o enchimento dos grãos.
Após o estágio R5.4, os grãos tornam-se os maiores receptores do fósforo disponível, acumulando mais de 75% do total no estágio R7. Essa transição destaca a importância de ajustar o manejo da adubação fosfatada para atender à demanda nutricional em momentos cruciais, garantindo uma produtividade otimizada. Os dados apresentados, segundo ele, reforçam que uma adubação eficiente não apenas melhora a produção, mas também promove o uso sustentável do fósforo, contribuindo para uma agricultura mais responsável e rentável.