Soja: é melhor vender agora?
Entre os fatores de alta, destaca-se no Brasil a elevação do uso de biodiesel
Segundo a TF Agroeconômica, o USDA confirmou nesta semana safras recordes para os Estados Unidos, Brasil, Argentina e o mundo, com o clima favorecendo a colheita nas planícies americanas e o início das chuvas nas plantações da América do Sul após um período de seca. No entanto, a demanda chinesa apresenta incertezas devido a problemas financeiros no país, levando o USDA a ajustar a previsão de importações de soja da China de 112 milhões de toneladas para 109 milhões na safra 24/25. Com essa combinação de maior oferta e menor demanda, a tendência dos preços da soja é de queda nos mercados físico e futuro, em curto, médio e longo prazos.
A recomendação da TF Agroeconômica é clara: vender agora enquanto os lucros ainda são satisfatórios, ao redor de 20%, pois quanto mais se espera em um mercado em queda, maiores são as perdas. Guardar o produto à espera de uma reversão também é arriscado, pois aumenta a disponibilidade de produto no mercado, pressionando os preços para baixo.
Entre os fatores de alta, destaca-se no Brasil a elevação do uso de biodiesel de B10 para B12, mantendo elevada a demanda e os preços do óleo de soja. Além disso, a demanda por farelo de soja no mercado interno e para exportação também beneficia os preços do grão. Entretanto, as exportações de soja em grão caíram para 4,12 milhões de toneladas em outubro, segundo a ANEC, possivelmente devido ao baixo nível dos rios amazônicos, impactando os embarques pelo Arco Norte.
Por outro lado, fatores de baixa incluem o avanço rápido da colheita nos EUA, com clima favorável, e as chuvas no Centro-Oeste brasileiro, que devem dinamizar a semeadura 24/25. O relatório do USDA manteve os números dentro das expectativas, confirmando uma safra recorde nos EUA, enquanto a previsão para as importações chinesas se mantém abaixo do ciclo anterior, sinalizando um mercado com maior oferta e pressão para queda de preços.