Soja: Dólar adiciona R$ 16/sc
Na comparação entre os preços médios da saca em agosto/15 ante mesmo mês de 2014, ganho impressiona
Como destacam ainda os analistas, com os volumes de agosto, a safra nova soma 11,7 milhões de toneladas já negociadas de forma antecipada, no mercado a termo – ou seja, com preço e data de entrega fixados -, movimentação que supera, e muito, as 3 milhões de toneladas que estavam vendidas de forma futura na safra passada, até agosto de 2014. “O alto número de negócios futuros fechados para a safra 2015/16 pauta-se principalmente nos preços remuneradores que o mercado vem ofertando. No último mês, por exemplo, o preço médio de venda foi o maior desde o início das negociações da safra 2015/16, de R$ 57,97 a saca, superando em mais de R$ 16, os valores de 2014”.
Com as boas cotações, o atual preço médio ponderado pela comercialização da safra 2015/16 de R$ 54,92 mantêm-se bem acima dos R$ 42,34 registrados na safra 2014/15 em agosto de 2014. “O carro-chefe dos bons preços, o dólar, apresenta previsão de alta para os próximos meses, podendo manter os preços da soja em níveis agradáveis no mercado interno. Assim, novos meses poderão vir com bons preços e avanços nas vendas”, avaliam os analistas do Imea.
O DÓLAR – No Boletim da Soja da semana passada, o Imea já chamava à atenção para a evolução do dólar. No início de setembro, a moeda norte-americana fechava a primeira semana com nova guinada, movimento crucial para nova elevação dos preços da soja no mercado interno e mais uma vez compensando as perdas registradas na Bolsa de Chicago. “Se estivéssemos com um dólar próximo de R$ 2,40, como estava em níveis de setembro de 2014, somado à queda em Chicago, a saca estaria valendo aqui cerca de R$ 30, mas, no entanto, se aproximou de R$ 62”, destaca trecho do Boletim. Com perspectiva de que o dólar vá a R$ 4, o preço interno da saca pode bater R$ 66, mesmo com o preço internacional abaixo do patamar histórico de US$ 9/bushel (padrão de medida norte-americano que equivale a 27,21 quilos). “Se isso se confirmar, será algo que não se via desde 2012. Apesar da euforia, vale lembrar que outras variáveis podem pesar negativamente sobre a formação do preço interno, como o prêmio, Chicago e o frete. Os bons preços atuais devem ser vistos com atenção pelos produtores, pois qualquer movimento de queda do dólar, ou seja, de valorização do real, pode trazer grandes impactos para os preços internos”, apontam os analistas no Boletim.