Seminário discutirá fixação biológica de nitrogênio em plantas não leguminosas
O evento ocorre de 4 a 6 de dezembro na Embrapa Milho e Sorgo
Na FBN, algumas bactérias em associação com a planta conseguem suprir total ou parcialmente a demanda da cultura por nitrogênio. As bactérias captam o nitrogênio presente no ar, tornando-o assimilável pelos vegetais. O pesquisador Ivanildo explica a importância desse processo, que nutre as plantas e pode diminuir ou dispensar a adubação. “A redução no uso de fertilizantes representa aumento de renda para o produtor e mitigação de impactos ambientais negativos atribuídos à agricultura”.
Para identificar e discutir os gargalos científicos e tecnológicos, bem como os impactos da FBN, será realizado o “Seminário temático de Fixação biológica de nitrogênio em plantas não leguminosas: aspectos estratégicos para a agricultura”. O evento ocorre de 4 a 6 de dezembro na Embrapa Milho e Sorgo.
As principais pesquisas e resultados alcançados com FBN estão relacionados a culturas de leguminosas, como a soja. Existem diferenças nos processos que ocorrem de acordo com o tipo de planta, conforme explica Ivanildo. “Em leguminosas, bactérias, conhecidas genericamente como rizóbios, estabelecem simbiose com raízes das plantas hospedeiras, com formação de estruturas especializadas, denominadas nódulos, onde ocorre a fixação do nitrogênio e sua incorporação no sistema solo-planta. Enquanto nas gramíneas, não ocorrem mudanças estruturais nas raízes e as bactérias, denominadas diazotróficas associativas, alojam-se na superfície, espaços inter e intracelulares dos tecidos vegetais.”
A pesquisa agropecuária brasileira já identificou dezenas de bactérias capazes de fornecer nitrogênio a leguminosas, como soja, feijoeiro, alfafa, amendoim forrageiro, algaroba, entre outras. O exemplo de maior impacto econômico para o País é o da soja. Pode-se afirmar que o sucesso dessa cultura no Brasil está relacionado à FBN, capaz de fornecer todo o nitrogênio necessário, mesmo para variedades de alto rendimento. A tecnologia é hoje adotada em todas as áreas cultivadas com a soja no Brasil e sua utilização resulta em uma economia anual em torno de 7 bilhões de dólares.
A fixação biológica de nitrogênio também já está disponível para gramíneas, como o milho, o trigo e o arroz. O pesquisador Ivanildo explica que, “embora em menor magnitude em relação às leguminosas, em particular a soja, a FBN em não leguminosas torna-se altamente relevante em face de sua importância socioeconômica e da extensão de área cultivada com essas plantas, que apresentam alta demanda por nitrogênio, em sua maioria ainda importado”.
Segundo ele, um dos desafios da tecnologia é a melhoria de sua eficiência e da estabilidade de ganhos da produção em ambientes diversos. Durante o seminário temático, os desafios da FBN serão discutidos, assim como os avanços recentes da tecnologia e demandas de pesquisas para otimizar o uso de inoculação em plantas não leguminosas.
O evento é voltado para pesquisadores, professores, profissionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, de empresas ligadas à produção, comercialização, pesquisa e uso de inoculantes para FBN em não leguminosas e do setor agroindustrial.
Serão formados grupos de discussão e realizadas palestras para apresentação geral do levantamento dos principais pontos discutidos e gargalos da área. Para conferir a programação completa do seminário e outras informações, acesse http://eventos.cnpms.embrapa.br/seminariofbn