Seca e alta demanda externa impulsionam cotações da carne bovina

As exportações de carne bovina in natura do Brasil continuam em forte ritmo, ajudando a sustentar a elevação dos preços no mercado interno. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), analisados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o volume embarcado entre janeiro e setembro de 2024 registrou um crescimento expressivo de 30% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse cenário favorável no mercado internacional tem contribuído para pressionar ainda mais as cotações dentro do Brasil.

No mercado doméstico, a oferta de animais prontos para o abate está restrita, cenário agravado pela seca prolongada, que tem prejudicado o desenvolvimento do pasto e, consequentemente, o ganho de peso dos animais. Bovinos criados a pasto não estão atingindo o peso ideal para o abate, o que reduz ainda mais a disponibilidade de carne no país.

Os animais de confinamento, que começaram a sair neste segundo semestre, já têm seus abates agendados nas escalas dos frigoríficos, o que mantém a oferta controlada e as cotações elevadas, especialmente nas regiões de São Paulo e outras áreas monitoradas pelo Cepea. Esse cenário de alta demanda externa e oferta limitada interna deve continuar sustentando os preços da carne bovina no curto prazo, segundo especialistas do mercado.