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Saiba por que as vendas de agroquímicos travaram no Brasil

Flavio Hirata, da AllierBrasil, acredita em retomada nos próximos meses



Os últimos balanços da multinacionais de agroquímicos mostraram quedas nas vendas, e o desempenho no Brasil foi apontado como um dos principais fatores negativos. O Portal Agrolink conversou com Flavio Hirata, diretor da Consultoria AllierBrasil, e perguntou:

Agrolink - Por que as vendas de agroquímicos arrefeceram no Brasil?

Flavio Hirata - Em parte devido ao elevado estoque de produtos nas revendas e nos grandes agricultores no final do ano. Esta prática no mercado é conhecida como estoque de passagem.

Em relação a parte técnica e manejo, considerando que a soja é o maior mercado de defensivos agrícolas, toda e qualquer introdução de novas tecnologias na cultura desta oleaginosa tende a impactar o uso de defensivos agrícolas. É o caso da Soja Intacta. Com o aumento da área plantada com esta OGM, está havendo uma supressão de lagartas e consequentemente diminuição das aplicações de inseticidas com volumes de vendas tradicionalmente elevados como metomil, clorpirifos e os fisiologicos. Também o plantio de variedades de soja com ciclos mais curtos, diminuindo-se assim a exposição da área foliar, reduzindo o potencial de infestação da ferrugem-da-soja, e também as aplicações de fungicidas de final de ciclo.

Finalmente há a influência do câmbio e preços das commodities no mercado internacional. Quando os preços internacionais estão baixos, a tendência do vendedor é segurar as vendas até uma melhora dos preços para, a partir de então, começar vender. Se os agricultores não vendem, estes não têm recursos para comprar defensivos agrícolas, e atrasam as compras.

Agrolink - O que provocou os altos estoques no início do ano?

Flavio Hirata - Como acontece todos os anos, nos últimos meses do ano os distribuidores vendem produtos numa quantidade maior que a demanda necessária, com o objetivo de atingirem suas metas de vendas.

Agrolink - Qual é a perspectiva para os próximos meses?

Flavio Hirata - Espera-se um aquecimento das vendas e entregas de produtos levando-se em conta o plantio de verão.

Veja também: Agroquímicos: “Mercado concentrado asfixia concorrência”

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