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Saiba os impactos das queimadas no seguro rural

Propriedades de cana-de-açúcar lideram a contratação de seguros agrícolas


Foto: Pixabay

As recentes queimadas que atingiram o interior de São Paulo, com um prejuízo estimado em mais de R$ 1 bilhão, não devem causar um impacto no mercado de seguro rural. De acordo com Fábio Damasceno, membro da comissão de seguro rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), os danos poderiam ter sido muito mais graves se o fogo tivesse atingido a colheita de inverno, já encerrada.

No estado, as propriedades de cana-de-açúcar lideram a contratação de seguros agrícolas, com 556 apólices em vigor, seguidas pelo seguro pecuário e florestal, com 216 e 90 apólices, respectivamente. Além das lavouras, os incêndios também têm causado prejuízos em bens patrimoniais, como garagens e maquinários agrícolas.

Embora o número de sinistros tenha sido alto desde o início dos incêndios, na região central e noroeste do estado, especialmente em Ribeirão Preto, as indenizações ainda não atingiram valores alarmantes. Contudo, a expectativa é que os acionamentos aumentem nos próximos dias.

Wolnei Wolff, secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, destacou que 99,9% dos incêndios no interior de São Paulo foram causados por ação humana, resultando na prisão de seis pessoas. Em agosto, o número de focos de incêndio foi o maior registrado desde 1998, afetando mais de 3.800 propriedades rurais e provocando duas mortes e mais de 800 deslocamentos.

A gravidade das queimadas, que também se alastraram para regiões como a Amazônia, o Pantanal, Goiás e Minas Gerais, reforça a necessidade de redimensionar os riscos associados ao seguro agrícola. Segundo Damasceno, embora o seguro agrícola não tenha sido o mais impactado, a seca continua sendo o maior desafio para o setor. Ele também enfatizou que eventos climáticos extremos estão se tornando mais frequentes, exigindo uma adaptação rápida das seguradoras.

No primeiro semestre de 2024, o seguro agrícola arrecadou R$ 2,2 bilhões em todo o país, uma queda de 16,3%, enquanto as indenizações somaram R$ 1,8 bilhão, um aumento de 2,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Em São Paulo, a arrecadação foi de R$ 338 milhões, com um leve recuo de 1,1%, mas as indenizações subiram 146,3%, totalizando R$ 712,3 milhões.

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