Safra de tomate industrial 2024 retrocede

O tomate industrial brasileiro enfrenta mais um ano desafiador, segundo levantamento da associação tomate BR. Condições climáticas adversas devido ao El Niño e alta proliferação de pragas, como a mosca branca, devem afetar a produtividade das lavouras, com expectativa de retorno aos níveis de 2022. A área de cultivo, revisada por Vlamir Breternitz, diretor da associação, ultrapassará 19 mil hectares, diferindo das projeções iniciais de um aumento de 7%. A produção prevista é de cerca de 1,7 milhão de toneladas, com colheitas próximas aos números de 2022, de acordo com a projeção mais recente da entidade.

“O ano de 2023 foi um dos mais rigorosos da última década com o tomate e este ano as projeções eram mais otimistas, porém estamos enfrentando diversas dificuldades. As altas temperaturas nos meses de janeiro, fevereiro e março contribuíram para a ponte migratória de agentes transmissores de viroses, a exemplo da mosca branca, vindos de culturas como a soja. Com isso, as primeiras lavouras sofreram sérios danos e algumas tiveram até mesmo que ser erradicadas”, explica Breternitz.

As chuvas intensas em março também dificultaram o transplante de mudas, atrasando o cronograma e reduzindo a área de algumas lavouras, de acordo com o diretor da Tomate BR. Muitas mudas foram perdidas nos viveiros devido ao atraso no transplante, levando alguns produtores a reduzirem o espaço de plantio para evitar colheitas durante meses de maior risco climático. O executivo destaca que, a partir do segundo semestre, a presença do evento climático La Niña, caracterizado por fortes chuvas a partir de setembro, pode impactar as regiões onde estão concentradas as principais lavouras do país.