Safra de milho está atrasada
No Rio Grande do Sul, as intensas chuvas têm impedido o avanço do plantio do milho
Segundo o Boletim Semanal de Progresso de Safra divulgado pela Conab, observa-se uma situação bastante variada nas condições agrometeorológicas no país, impactadas pelas chuvas excessivas no sul e a falta de chuvas na metade norte. No Rio Grande do Sul, as intensas chuvas têm impedido o avanço do plantio do milho. No entanto, estas precipitações têm sido benéficas para as lavouras já estabelecidas, encontrando-se em variados estágios de desenvolvimento.
Porém, os dias com alta nebulosidade, acompanhados do aumento na incidência de doenças, alagamentos e ocorrências de granizo, representam problemas pontuais para os produtores da região. No Paraná, a situação é mais favorável. O tempo mais seco recente possibilitou a realização dos tratos culturais essenciais e promoveu um avanço considerável na semeadura, refletindo em um bom desenvolvimento das áreas plantadas até o momento.
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Em Santa Catarina, a semeadura foi interrompida devido às fortes chuvas. O excesso de umidade, aliado à falta de radiação solar e à lixiviação de nutrientes, tem afetado negativamente o potencial produtivo das lavouras, além de aumentar a incidência de doenças.
Minas Gerais enfrenta um cenário oposto, com pouca chuva afetando o avanço do plantio. As lavouras que conseguiram ser semeadas já começam a mostrar sinais de déficit hídrico, preocupando os agricultores da região.
Em Goiás, a semeadura também está atrasada, com muitos produtores aguardando melhores condições de umidade do solo para dar continuidade aos trabalhos.
Na Bahia, as condições climáticas são mais favoráveis, com as lavouras em fase de germinação e início de desenvolvimento vegetativo.
A maioria das lavouras encontram-se em desenvolvimento Vegetativo, ao passo que as regiões mais adiantadas estão entrando no Enchimento de Grãos. É importante salientar, que as condições registradas durante a Floração são essenciais para uma boa produtividade final.
Em uma visão geral dos nove estados analisados, o progresso da safra subiu de 45.8% na semana passada para 49.0% na semana de monitoramento. Comparando com o mesmo período da safra anterior, que estava em 62.6%, observa-se um atraso geral na safra atual.
- No Maranhão e no Piauí, não houve avanço na semana de monitoramento, indicando um leve atraso em relação à safra anterior, onde pelo menos 3% das operações haviam sido concluídas no Maranhão.
- Na Bahia, observa-se um leve aumento no progresso da safra, passando de 9.0% na semana passada para 12.0% na semana de monitoramento. Esse aumento, no entanto, ainda reflete um atraso em comparação aos 39.0% registrados no mesmo período da safra anterior.
- Goiás apresentou um crescimento modesto, saindo de 1.0% na semana passada para 2.0% na semana de monitoramento, um índice distante dos 46.0% registrados na safra anterior, indicando um atraso significativo.
- Minas Gerais mostrou um progresso contínuo, subindo de 46.9% para 50.4%. Apesar do aumento, o estado ainda está atrasado em comparação com os 70.0% alcançados na safra passada.
- Em São Paulo, houve um aumento de 45.0% para 50.0% na semana de monitoramento, mas ainda está atrasado, visto que no mesmo período da safra anterior, as operações haviam sido finalizadas.
- No Paraná, o progresso foi de 95.0% na semana passada para 98.0% na semana atual, mostrando um avanço significativo e estando muito próximo ao índice de 95.0% da safra anterior.
- Santa Catarina também apresentou um aumento, de 89.0% para 95.0%. Este crescimento representa um progresso adiantado em comparação com os 93.3% do mesmo período na safra passada.
- O Rio Grande do Sul manteve-se estável em 80.0%, tanto na semana passada quanto na semana de monitoramento, o que representa um atraso em relação aos 84.0% da safra anterior.
A análise é do meteoreologista, Gabriel Rodrigues com informações no boletim de Progresso de Safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)
Revisão Aline Merladete