A safra 2003/2004 de café em Minas Gerais poderá ser até 53% menor do que a produção anterior. Estimativa realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que o estado deverá colher entre 11,75 milhões e 12,96 milhões de sacas de café beneficiado. Esses números representam redução entre 53,2% e 48,4% quando comparados com a produção de 25,14 milhões de sacas obtidas na temporada anterior.
A maior redução se dará na produção de café arábica -- especialidade mineira -- com safra estimada entre 12,2 milhões e 13,4 milhões de sacas, enquanto o robusta deve apresentar redução de cerca de 5 mil sacas, alcançando as 35 mil sacas, previsão de colheita na safra atual, que termina de ser colhida no mês de setembro.
Participação nacional
Os resultados atribuem a Minas Gerais cerca de 43% da produção nacional. O estado já foi responsável por 60% do café colhido no País, mas os baixos preços no mercado mundial afugentaram o produtor nos últimos três anos. Fernando de Castro Santos, superintendente da Conab de Minas Gerais, disse que grande parte desta queda é devido a bianualidade da cultura. A base de comparação com o ano passado é alta, já que em 2002 houve recorde de produção e este ano é o período de baixa. "No entanto, é preocupante o fato de muitos produtores, nos últimos três anos, estarem migrando para outras culturas, como a soja, que é mais rentável atualmente", diz.
Ele destaca ainda, como justificativa para a previsão de baixa, o reduzido nível de tratamento fitossanitário e o registro de temperaturas elevadas nos meses de setembro, outubro e novembro de 2002, que prejudicaram o plantio.
Quanto aos preços, o superintendente da Conab lembra que as cotações internacionais somente começaram a reagir a partir do final de agosto de 2002, quando os produtores já tinham comercializado a safra, estando, portanto, descapitalizados para realizar investimentos necessários ao bom desenvolvimento das lavouras.